Macaca parteira. Raras imagens de um parto assistido no mundo animal

Desde o início do trabalho de parto, a futura mamãe foi assistida por uma outra fêmea que permaneceu junto dela durante e logo após o nascimento do filhote. Um comportamento solidário que, acreditava-se, fosse exclusivo da espécie humana. As vantagens físicas e sociais de um parto assistido são inegáveis, mas esse comportamento raramente é observado entre os primatas que vivem em liberdade.

Desde o início do trabalho de parto, a futura mamãe foi assistida por uma outra fêmea que permaneceu junto dela durante e logo após o nascimento do filhote. Um comportamento solidário que, acreditava-se, fosse exclusivo da espécie humana. As vantagens físicas e sociais de um parto assistido são inegáveis, mas esse comportamento raramente é observado entre os primatas que vivem em liberdade.
Desde o início do trabalho de parto, a futura mamãe foi assistida por uma outra fêmea que permaneceu junto dela durante e logo após o nascimento do filhote. Um comportamento solidário que, acreditava-se, fosse exclusivo da espécie humana. As vantagens físicas e sociais de um parto assistido são inegáveis, mas esse comportamento raramente é observado entre os primatas que vivem em liberdade. (Foto: Luis Pellegrini)


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As contrações iniciaram e se percebe a cabeça do filhote. Em duas ocasiões a fêmea parteira (à direita na foto) tentou extrair o filhote do canal de parto da mãe. 

 

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Por: Equipe Oásis

Fotos: Bin Yang

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Não é fácil observar o parto de uma macaca. Raramente os primatas dão à luz durante o dia: a escuridão da noite garante uma proteção mais segura contra os predadores. Os raros testemunhos desses eventos levam a pensar que as fêmeas desses animais parem sozinhas, de modo privado. Mas algumas fotos excepcionais que acabam de serem feitas nas montanhas da província de Qinling, na China, contam uma outra história.

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Uma fêmea de rinopiteco dourado (Rhinopithecus roxellana) deu à luz um filhote em plena luz do dia, assistida pelos cuidados amorosos de uma fêmea parteira. Observado raramente entre os primatas, esse comportamento poderá trazer mais luz sobre as origens do parto assistido entre as mulheres da nossa própria espécie.

 

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A nova mamãe, logo depois do parto, que durou apenas 4 minutos e 10 segundos. 

 

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Vai, vai. Agora empurre!

Assim que a futura mãe começou a dar sinais de agitação, a “ajudante” se aproximou e começou a praticar nela a catação (ou grooming em inglês) – o hábito presente em diversos mamíferos, especialmente os primatas, de afagar a pele ou os pelos como se estivessem catando piolhos). Essa prática, sabidamente, atenua as tensões sociais entre os primatas. Quando a cabeça do filhote apareceu, em duas ocasiões a parteira tentou retirá-lo do canal do parto. Foi a própria mãe quem, afinal, completou a tarefa, puxando o filhote pela cabeça até ele sair completamente. A outra macaca, no entanto, não saiu de perto dela nem por um instante.

 

O pai do macaquinho recém nascido se aproxima, mas apenas para praticar um pouco de catação na sua companheira. Ele não pode sequer tocar o filhote.

 

Ligação especial

Depois do nascimento, a macaca mãe corou sozinha o cordão umbilical e comeu a placenta para recuperar energias. A seguir, amamentou e lambeu o filhote sozinha por quase uma hora, sem deixar que ninguém mais o tocasse (nem sequer o pai, que tentou se aproximar, nem as demais fêmeas do grupol. A única aquém foi em seguida permitido tomar nos braços o filhote foi a fêmea parteira: 77 minutos após o parto, ela pode cuidar do pequeno.

Excepcional, mas não único

O evento foi descrito na revista científica Primates. A assistência durante o parto é um fato tão raro entre os primatas que, várias vezes, lançou-se a hipótesede que ele seja exclusivo dos humanos. Na verdade, embora pouco frequentes, existem alguns outros relatos e testemunhos de nascimento assistido entre os primatas.

 

A mãe e o pequeno seis dias após o parto. Ambos estão bem, e foram beneficiados por vários gestos de ajuda por parte das outras fêmeas do bando.

 

Alguns precedentes

Em 2014 e em 2013, uma macaca langur e uma fêmea de rinopiteco marrom foram observadas quando recebiam ajuda de uma outra fêmea durante os parto. Ambos os casos foram observados na China. Em 2014 duas parteiras animais foram observadas quando davam assistência no primeiro nascimento jamais observado antes de um macaco bonobo em plena natureza. Tais fêmeas “obstetras”, portanto podem ser mais difusas do que se acredita. Estudando-lhes o comportamento – inclusive com telecâmeras noturnas – se poderá compreender mais algumas coisas sobre o parto humano.

 

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