Litoral Sul de São Paulo. Onde viveu Anchieta e o Brasil começou
Permeada de belezas naturais, a região da Baixada Santista “esconde” preciosos tesouros do passado colonial brasileiro. Jóias que merecem ser exploradas
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Por: Fabíola Musarra
A região que abriga a Baixada Santista é, por si só, um dos concorridos postais do Estado de São Paulo. Grandes cidades que a integram – Cubatão, Guarujá, Bertioga, Santos, São Vicente, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe – conciliam história e modernidade, sendo ainda guardiãs da Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais importantes do planeta.
Distantes cerca de uma hora da capital paulista e situando-se bem pertinho uma das outras, essas cidades permitem que você se hospede em uma delas, indo conhecer as demais em uma viagem de poucos dias, mas de inestimável aprendizado sobre a imensa diversidade e riqueza tupiniquim.
Para explorar melhor a região, planeje bem a viagem e pé na estrada. Comece o passeio em Cubatão. O município que anos atrás chamou a atenção do mundo pelo alto índice de poluição e pelo incêndio que devastou a Vila Socó, um de seus bairros, hoje é reconhecida internacionalmente pela qualidade de vida e é uma prova viva que é possível a convivência saudável entre indústria e natureza.
Cubatão possui atrações como o Cruzeiro Quinhentista, um monumento alusivo à chegada dos portugueses ao litoral vicentino, e o Parque Caminho do Mar, situado no interior de uma Unidade de Conservação Estadual tombada pela Unesco e reconhecida como Patrimônio da Humanidade.
Calçado com macadame em 1913 e asfaltado com concreto entre 1920 e 1925, o Caminho do Mar foi, durante três décadas, o principal acesso ao Litoral Sul paulista. Ao longo de seu trajeto espalham-se a Calçada da Lorena, o Pouso de Paranapiacaba, o Rancho da Maioridade e o Belvedere Circular.
No passado, foram, respectivamente, a primeira estrada pavimentada do País, o lugar onde os carros paravam durante a viagem, a área de descanso e reabastecimento entre São Paulo e Santos e um local de observação da paisagem nativa da Serra do Mar.
Se não estiver cansado, viaje para Bertioga e rume à Aldeia Indígena Rio Silveiras, onde vivem os índios guaranis. Ao visitá-los, você vai aprender sobre a cultura deste que é um dos habitantes mais antigos do Brasil. Fica em Boraceia, entre as cabeceiras dos rios Silveiras e Vermelho, na divisa com São Sebastião.
Depois, vá até a Vila Itatinga. Lá, além da hidrelétrica, você vai se encantar com as casas em arquitetura inglesa do século 19. Caminhar pelas ruas por onde esses casarões se espalham é conhecer um pouco do passado dos imigrantes que ajudaram a desenhar o Brasil.
Se o assunto é história, não deixe de ir ao Forte São João. Fundado em 1532, é o mais antigo do Brasil e o que melhor está preservado entre todos os que foram tombados pelo Governo de São Paulo. Se der, fique um pouco mais em Bertioga e conheça a Igreja Matriz de São João e o Parque Tupiniquins.
Neste último, a visita monitorada por indígenas conduz à estátua do cacique Cunhambebe, responsável por selar a paz entre índios e portugueses na época da colonização. Diga adeus à cidade e vá curtir o Guarujá.
Coloque um tênis e roupas confortáveis – não se esqueça do protetor solar. Depois, dirija-se à região conhecida como Rabo de Dragão, onde ficam a Ermida de Santo Antônio do Guaibê e o Forte São Luís.
A primeira sedia as ruínas de uma construção colonial em pedras e sambaquis de 1563. Já o forte preserva as muralhas da edificação erguida em 1557 e reformada em 1798. Para chegar até eles, você terá de seguir a trilha Calçada da Praia Branca, que tem portaria, corrimão em quase todo o trajeto e é bem sinalizada.
Depois, vá a Enseada e conheça as centenas de peixes que vivem no Aqua Mundo, aquário de grandes proporções, e o Teatro Procópio Ferreira, que funciona como uma escola de artes e sempre tem exposições. Já em Pitangueiras veja dois marcos históricos da cidade: a réplica do carro fúnebre usado no cortejo de Santos Dumont, uma relíquia em madeira de 1924, e a Maria Fumaça, a locomotiva que ligava São Vicente ao Guarujá e foi desativada em 1956.
Outra parada obrigatória é a Fortaleza da Barra Grande. Construída 1584 e desativada em 1911, ocupa um esporão rochoso e foi projetada sobre o canal de acesso ao estuário ao maior porto latino-americano. A entrada à edificação é via Santos, uma das cidades mais antigas do País – seu povoamento começou por volta de 1540.
Com quase meio milhão de habitantes, Santos é cosmopolita, efervescente e charmosa. Pelos seus quase oito quilômetros de orla distribuem-se, do sul para o norte, as praias José Menino, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida e Ponta da Praia.
Na extensa faixa de areia e no calçadão dessas praias, você vai se deparar com famílias, casais e pessoas caminhando, tomando sol, correndo, pedalando e observando o vaivém dos transatlânticos na altura do Píer do Pescador, na Ponta da Praia.
Com badalada vida noturna e variadas opções de restaurantes, barzinhos e hotéis, Santos é ainda possuidora de atrativos históricos e culturais imperdíveis. São tantas coisas legais para fazer, que a cidade merece um capítulo à parte. Enquanto isso não acontece, siga para São Vicente. Ali passeie no primeiro teleférico do Brasil e conheça a Casa Martim Afonso de Souza, a fortaleza de pedra onde o colonizador português morou de 1532 a 1533.
Dê um pulo até o Memorial 500 Anos projetado por Oscar Niemeyer, um mirante de onde se tem uma visão panorâmica das praias de São Vicente e Santos. No Morro dos Barbosa, confira a biquinha de Anchieta, que foi construída em 1553, com a vinda dos jesuítas.
Suas próximas paradas são em Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. No primeiro confira a imagem de Nossa Senhora Aparecida que do alto do morro protege a orla marítima da cidade. Por sua vez, a praça principal de Itanhaém é o lar do Convento Nossa Senhora da Conceição, da Igreja Matriz (1563) e da Casa da Câmara e Cadeia, que foi construída no século 16 e onde hoje funciona um espaço cultural.
Seguindo a passarela da Praia dos Sonhos, você chega à cama de pedra onde dormia o padre José de Anchieta, na época da catequização dos índios. Dizem que era dali que o jesuíta encontrava inspiração para escrever seus poemas. Já na Praia dos Pescadores, o Monumento Mulheres de Areia é uma das esculturas mais visitadas.
Siga para Peruíbe. No trajeto, faça um stop no Mirante da Torre, um posto de observação onde você vai se extasiar com a Mata de Restinga, um paradisíaco cenário que se estende da orla da praia até o Parque Estadual Serra do Mar.
Inclua em seu tour o Parque Turístico da Lama Negra, o Museu de História e Geografia e o Chão de Pedra, um ateliê na estrada do Guaraú que faz parte do roteiro ufológico nacional.
Visite ainda a Colônia Veneza, onde está a primeira capela com interior totalmente em mosaico do Brasil. Nas ruínas do Abarebebê, veja os vestígios das primeiras igrejas jesuítas no País.
A Baixada, porém, não se resume apenas a essas atrações. Oferece muitas outras coisas legais para você fazer, como trilhas, canoagem, pesca, surfe e banhos de cachoeira e de mar. É também neste pedacinho de Mata Atlântica que você vai conferir como o Atlântico, com seus caprichosos vaivéns, imprime paisagens únicas ao solo, um dos pioneiros berços da colonização de nosso País. Bom aprendizado!
2 Cidades criativas
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) acaba de incluir Santos (SP), Salvador (BA) e Belém (PA) na lista das Cidades Criativas. Santos foi reconhecida pelo cinema, Salvador pela música e Belém pela gastronomia.
A rede de cidades criativas é composta por 116 cidades do mundo e o seu selo é concedido a sete categorias: literatura, cinema, música, artesanato e arte popular, design, tecnologia e gastronomia.
3 Exposição natalina
Em dezembro, quem visitar o Palácio Bandeirantes, na capital paulista, vai conhecer mais de 40 presépios pertencentes ao Museu de Arte Sacra, Memorial da América Latina, à Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades e ao acervo de Palácios do Governo de São Paulo. Informações: www.saopaulo.sp.gov.br/sis/pesquisa.php?busca=presepios
4 Presépio animado
Para quem curte o clima de Natal, a dica é ir a Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo, onde um presépio animado encanta os visitantes. Com cerca 40 peças em movimento sincronizado, o presépio retrata desde o trabalho do homem no campo até o nascimento de Jesus. Pode ser visto até 6 de janeiro, em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua, na Praça Monsenhor Azevedo, 50, centro.
5 Princesinha do Mar
A Praia de Copacabana, no Rio, será mais uma vez um dos lugares mais concorridos pelos turistas no Réveillon – já está com 77% dos quartos de hotéis reservados para a data. Segundo pesquisa do Ministério do Turismo, a cidade hoje é o principal destino de quase metade dos estrangeiros (45,2%) que viajam a lazer para o País, o que equivale a 1,5 milhão de visitantes.
6 Mais parcelas
A Pullmantur (www.pullmantur.com.br/pt) ampliou de cinco para 12 vezes sem juros o parcelamento no cartão de crédito das despesas de consumo feitas em seus navios. A conversão do câmbio é feita no ato da compra e o valor é automaticamente dividido, com exceção dos gastos nos cassinos. Para realizar o pagamento em uma única parcela, é preciso avisar a recepção na hora do cadastramento.
7 Crianças em festa
Até 4 de janeiro, Edimburgo, capital da Escócia, é palco de diversas atrações. Caso do Princes Street Gardens, onde os brinquedos do parque de diversão, a pista de patinação no gelo, a Terra do Papai Noel, o Labirinto da Árvore de Natal e a Feira Infantil fazem a festa da garotada. Confira em www.edinburghschristmas.com
8 Réveillon na Times Square
Está planejando ir a Nova York (EUA) no Ano Novo? Uma dica: misture-se à multidão e participe de uma das tradições mais famosas da cidade: a queda da bola de cristal que marca a virada de ano na Times Square. Depois, não perca a queima de fogos no Central Park. O espetáculo é inesquecível!
9 Simpatias do Ano Novo
O fim de ano é sempre marcado por simpatias. No Brasil, elas vão desde pular ondas até se vestir de branco para assegurar a paz no ano vindouro. Em outros países, porém, os costumes são outros.
No Equador, por exemplo, é comum no dia 31 de dezembro dar uma volta em um quarteirão com uma mala vazia, garantindo muitas viagens no próximo ano.
Ainda no primeiro minuto do novo ano, os equatorianos têm como tradição queimar bonecos de papel, com o intuito de apagar os fracassos do ano que acabou.
10 Machu Picchu virtual
Machu Picchu, o seu Templo Principal, situado na parte mais alta das antigas fortalezas peruanas, e os jardins cerimoniais já podem ser percorridos virtualmente por meio do Street View, ferramenta do Google Maps que permite o internauta ver um determinado endereço no mesmo plano da rua.
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