Espaço Florescer. Um oásis no coração de São Paulo

Na atribulada metrópole paulistana, encontrar um oásis de paz e saúde não é tarefa fácil. Aqui vai uma dica certeira: o Espaço Florescer, no bairro do Pacaembú.  Um lugar para a gente reencontrar a si mesmo... e aos outros.

Na atribulada metrópole paulistana, encontrar um oásis de paz e saúde não é tarefa fácil. Aqui vai uma dica certeira: o Espaço Florescer, no bairro do Pacaembú.  Um lugar para a gente reencontrar a si mesmo... e aos outros.
Na atribulada metrópole paulistana, encontrar um oásis de paz e saúde não é tarefa fácil. Aqui vai uma dica certeira: o Espaço Florescer, no bairro do Pacaembú.  Um lugar para a gente reencontrar a si mesmo... e aos outros. (Foto: Luis Pellegrini)


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No terraço superior, um quiosque de sonho

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Por: Luis Pellegrini

Fotos: Manu Costa e Carolina Cury

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Visitar o Espaço Florescer, no pacato bairro do Pacaembú, em São Paulo, significou viajar ao meu passado e, ao mesmo tempo, refazer o contato com um estilo de vida que começo a retomar com vistas ao futuro. O casarão onde o Florescer está instalado é propício para essas viagens que às vezes fazemos através do nosso tempo existencial.

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Começa já na fachada e no portão de entrada, ladeados por árvores antigas com troncos recobertos de orquídeas floridas. E, depois do portão, antes de se chegar ao salão da recepção, mais plantas e uma fonte de pedra com água jorrando e fazendo barulhinho de cascata reforçam a sensação de “volta ao lar”.

 

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Flores na entrada do Espaço Florescer

 

Sobre a mesa, um bolo de fubá

No casarão do Florescer, minha mente inquieta e a máquina de fazer emoções doidas que carrego suspensa no meio do peito logo serenaram. Isso sempre acontece quando entro num espaço que lembra um outro velho casarão, o da fazenda de café do meu avô, a Santa Rosa, no município de São Carlos, onde passei momentos lindos da minha infância. Fazendo juz ao nome, há flores e plantas por toda a parte, e inclusive uma horta de especiarias no teto da casa. Quando cheguei à copa/cozinha do Espaço Florescer (onde são ministradas aulas de culinária biológica), foi mesmo uma covardia: sobre a longa mesa de madeira rústica estavam – como sempre estão – umas térmicas cheias de café e chá. No meio da mesa, o golpe de misericórdia: um grande bolo de fubá, recém saído do forno, inteiramente disponível para os gulosos como eu. Era só segurar a faca, cortar uma fatia bem generosa, e degustar. Nem precisava pedir licença. Só isso já bastaria para que eu decidisse naquele mesmo instante que frequentaria aquela casa sempre que possível. Decisão confirmada nas visitas que se sucederam, quando, ao participar de algumas das atividades desenvolvidas no Florescer, descobri que a cada dia tem um bolo diferente em cima daquela mesa: de banana, de cenoura, de mandioca...

 

Público entra na dança durante performance indígena no Florescer

 

Bolos à parte, bati um longo papo com a inventora desse Espaço, a psicoterapeuta Sofia de Almeida Prado. Caí de simpatia pela moça: bonita, charmosa, inteligente, muito bem preparada e com uma firmeza no olhar que imediatamente me fez lembrar do avô dela, o crítico teatral Décio de Almeida Prado. Foi meu professor na Escola de Arte Dramática de São Paulo, nos idos já bem distantes da década de 1960, e sou muito grato a ele pela generosidade com que passava seus conhecimentos e sabedoria de vida aos alunos. Sem dúvida, Sofia tem a quem puxar.

 

Sofia de Almeida Prado, fundadora do Espaço Florescer, no Pacaembú, em São Paulo.

 

Autoconhecimento e progresso evolutivo

“Quando, há 6 anos, decidi criar o Espaço Florescer, só tinha uma certeza na cabeça: A forma como eu me manifesto no mundo me mostra quem eu sou. Significando que, pelo menos no meu caso, são minhas ações no mundo e na vida que me proporcionam autoconhecimento e progresso evolutivo”, diz Sofia logo no início da conversa. Autoconhecimento e progresso evolutivo significam mudanças, e elas nem sempre são fáceis, cômodas e agradáveis. “Mas eu enfrentei o desafio das mudanças e com elas aprendi que não estamos irremediavelmente condenados à imobilidade, que as pessoas podem mudar e conquistar a liberdade de serem elas mesmas. Sem isso, fica muito difícil ser feliz”.

 

Público se reúne no salão maior para ouvir um palestrante. 

 

Mas as pessoas podem ser felizes? “Sem dúvida, esta é uma possibilidade que está sempre aberta a todos”, Sofia responde. “Mas para alcançar esse estado, é preciso entrar num processo de resgate do seu próprio ser”, ela completa. Começa aí a proposta – ou melhor, as várias propostas – oferecidas pelo Espaço Florescer. Todas elas apresentadas como processos catalizadores de um “realinhamento” pessoal que procura levar a pessoa à descoberta do “propósito” da sua própria existência.

 

Encontros de socialização são frequentes no Espaço Florescer.

 

Uma paleta bem ampla de terapias

E dá-lhe atendimentos terapêuticos propícios a esse realinhamento: homeopatia unicista para adultos e crianças; terapia da evolução consciente; coaching holístico sistêmico; cinesiologia; o caminho do canto; Feldenkrais & arte; reconexão e cura reconectiva; microfisioterapia e osteopatia; terapia crânico sacral e etc. Mais workshops, vivencias e palestras sobre constelação familiar; roda de tambor; roda de barrigas e paridas; o caminho do chá; astrologia e radiestesia e etc. Sem falar nas práticas de dança tribal, indiana e flamenco; ashtanga vyniasa ioga; ioga para o parto; capoeira; shows de música e palestras dadas por gente que sabe do que está falando, e não brinca em serviço. O cardápio é farto e os professores e instrutores são escolhidos a dedo: todos precisam comungar dos mesmos pressupostos de base que norteiam o Espaço Florescer.

 

Lúcia Marina Cury.

 

Eu, pessoalmente, me inscrevi nas aulas de trabalho corporal ministradas no Espaço por Lúcia Marina Cury. Foi ela, por sinal, quem me apresentou ao Florescer. Eu e Lucia somos amigos e companheiros de atividades do gênero há muitos anos. Entre os anos 1977 e 1984, fomos ambos alunos de um professor genial, o argentino Lívio Vinardi, já falecido, criador da escola que batizou de biopsicoenergética. Foram anos de um aprendizado febril, que envolvia sobretudo conhecimentos teóricos e práticos daquilo que pode ser chamado de anatomia e fisiologia do corpo sutil (ou energético) do ser humano, e das interações desse mesmo corpo com a natureza e o cosmos.

 

Lúcia corrige a postura de aluna.

 

Com Lívio aprendemos, por exemplo, que o corpo humano não termina nos limites da nossa pele, mas se estende muito, muito mais além. Através dos campos de energia gerados pelas nossas atividades corporais, emocionais e mentais, ele se estende a distâncias extraordinárias, interagindo com tudo aquilo com que estabelece alguma forma de contato. Há técnicas que possibilitam tanto a tomada de consciência de nosso corpo de energias, como o domínio e a manipulação do mesmo. Da mesma forma que o corpo físico que lhe constitui a base material, o corpo de energia também possui uma anatomia e uma fisiologia altamente sensíveis e influenciáveis por tudo aquilo que comemos, sentimos, pensamos e entramos em contato. A começar pelos próprios outros seres humanos... E essas interações energéticas constituem a base de um sem número de fatores que determinam estados de boa ou má saúde, de equilíbrio ou desequilíbrio psicológico e mental, de bem estar ou mal estar, de alegria ou de tristeza.

 

Lúcia Marina (esquerda), e Sofia.

  

Lúcia Marina era aluna aplicada de Lívio Vinardi. Foi treinada por ele e se especializou nessa técnica - a biopsicoenergética. Mas, como o próprio Vinardi preconizava, tudo na vida e no mundo é evolutivo, e Lúcia não se limitou aos ensinamentos desse professor. Estudou várias outras escolas análogas, e desenvolveu um método de síntese que, hoje, é todo seu. Trata-se de uma abordagem multidisciplinar, voltada para o bem estar, o equilíbrio físico, emocional e mental do indivíduo. Lúcia atende adultos de todas as idades, mas o foco tem sido o público acima de 50 anos, formado por executivos, profissionais liberais,  e aposentados que se veem subitamente livres das suas obrigações profissionais e podem se dedicar a um trabalho de florescimento pessoal a partir de um método que parte da dinamização e da ativação interativa das energias relacionadas ao corpo, às emoções e à mente. As práticas são feitas semanalmente em grupos pequenos de até 4 pessoas. “Este trabalho requer uma grande atenção individual voltada para cada aluno”, explica Lucia Marina, “e fica impossível fazer-se isso se o grupo for muito grande”.

 

Turma de alunos de Lúcia Marina Cury no Espaço Florescer.

 

Pequenos grupos de 4 pessoas

“Maturidade – Equilíbrio, corpo e movimento” é o nome com que Lúcia apresenta seu trabalho. “Trata-se de uma abordagem que integra sensibilização corporal e autoconhecimento, diversas técnicas de ioga, biopsicoenergética, alimentação de três níveis (físico, emocional e mental) e morfogênesis. O método incrementa o bem estar e a saúde, melhorando as performances da pessoa. Aumenta os níveis do seu rendimento, estimula a autonomia e produz efeitos positivos na sua qualidade de vida”, explica a professora.

As práticas são feitas semanalmente em grupos pequenos de quatro pessoas, cada uma delas orientada por um programa individual, elaborado especialmente pela professora após um estudo prévio. As aulas acontecem no Espaço Florescer, às quintas-feiras, em vários horários.

 

Recanto do pátio interno do Espaço Florescer

 

Há três meses sou aluno assíduo de Lúcia Marina Cury, no Espaço Florescer. Desde então, já eliminei cinco quilos de peso extra e, como prometido, melhorei minhas performances em todos os sentidos. Nos últimos tempos, tinha esquecido que é preciso agir, é preciso entrar no movimento se quisermos melhorar. Pois, como diz a voz popular, movimento é vida, e quem fica parado é poste...

 

(*) Espaço Florescer. Rua Tácito de Almeida 107, Pacaembú, São Paulo. Fones (11) 25896093 e (11) 29776093. Site: www.espacoflorescer.com.br

 

Vídeo: Espaço Florescer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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