Empresários japoneses são realistas. Recuperação econômica não acontecerá por dois anos

Os líderes empresariais japoneses não esperam uma rápida recuperação dos danos econômicos causados pela pandemia. Pesquisa Nikkei – o principal índice da bolsa japonesa – diz que muitas empresas mudarão de endereço e de estrutura física para reduzir espaço com escritórios.



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Por: Eiki Hayashi, comunicador da Nikkei

Fonte: Nikkei Asian Review

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TÓQUIO – A maioria dos CEOs (diretores executivos) das grandes empresas japonesas espera que a economia leve pelo menos dois anos para se recuperar das consequências do coronavírus, de acordo com uma pesquisa da Nikkei. Ela aponta para um prognóstico sombrio, já que a pandemia global não mostra sinais de diminuição.

Das 145 grandes empresas japonesas que responderam às restrições impostas pela pandemia recorrendo ao teletrabalho (home work), 40% estão pensando em diminuir o espaço de seus escritórios ou utilizar serviços de compartilhamento de escritórios, sugerindo que estão se preparando para uma batalha prolongada com o vírus.

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Bolsa de Tóquio


Trinta e oito por cento disseram que levará dois anos para que seus respectivos mercados retornem aos níveis pré-pandêmicos. A proporção sobe para 55,8% ao incluir entrevistados que prevêem uma queda mais longa – ou nenhuma recuperação.

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A porcentagem de pessoas que prevêem um período de inatividade com duração de pelo menos dois anos subiu 12,4 pontos em relação à última pesquisa realizada no final de maio. Impulsionando o pessimismo mais profundo estão as ondas de infeções que continuam a crescer em todo o mundo.

Segunda onda da Covid-19

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“Uma segunda onda certamente atingirá o Ocidente”, disse um entrevistado diretor de uma empresa de alimentos. “Existem preocupações sobre falhas na assistência médica e no fornecimento de peças”.

“Levará dois a três anos para que a pandemia termine”, diz o presidente da Toshiba, Nobuaki Kurumatani. “O Japão precisará considerar a emissão de títulos do governo de longo prazo com vencimentos superiores a 50 anos”, diz Kurumatani.

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Cerejeiras em flor, japoneses marcarados


O presidente do Marubeni (um dos maiores conglomerados empresariais do Japão), Masumi Kakinoki, conta com um retorno da cooperação internacional para combater a doença.

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“Para que a economia recupere em grande escala, é essencial que o surto seja contido em todo o mundo”, disse Masumi.

A pesquisa foi realizada de 30 de junho a 15 de julho, com centenas de entrevistados, quase todos presidentes e CEOs de grandes empresas.

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Se uma segunda onda de infecções ocorrer no Japão, 61,4% desses chefes de empresas disseram que a declaração de emergência subsequente precisará ser tão rigorosa quanto a ordem anterior. Esse campo supera os 28,9% dos líderes empresariais que preferem restrições mais flexíveis do que antes e os 5,3% que não desejam outra ordem de emergência.

Embora as limitações das atividades impactem os negócios, 83,4% dos entrevistados citaram a saúde de seus funcionários como uma preocupação comercial urgente, indicando que a contenção da doença teve a maior prioridade.

Finanças no Japão


Questionados sobre o que estão fazendo para se preparar para uma segunda onda, com múltiplas respostas permitidas, 87,6% dos diretores corporativos citaram facilitar e estimular o teletrabalho, seguidos por 42,1% que estão revisando as cadeias de suprimentos e 33,1% que estão adicionando reservas de caixa.

Suporte para os profissionais da saúde

Em relação às políticas nas quais o governo central nacional deveria se concentrar, 71% dos entrevistados nomearam suporte para os profissionais da saúde. A assistência ao tratamento e desenvolvimento de vacinas para o coronavírus também foi apoiada por 65,5%. O governo “deve encontrar um equilíbrio entre prevenir um surto e revitalizar a economia para promover a paz de espírito entre os cidadãos”, disse Takeshi Niinami, CEO da Suntory Holdings. O teletrabalho, sobretudo na modalidade de home work (trabalho em casa) se enraizou totalmente na comunidade empresarial japonesa, com 95,2% dos chefes corporativos dizendo que adotaram a prática. Além disso, 37,9% dos entrevistados disseram que já estão diminuindo o espaço dos escritórios. O uso de escritórios compartilhados obteve uma taxa de resposta de 34,5%. O maior problema referente ao trabalho remoto é a ausência de reunião presencial, conforme relatado por 75,2%. Os problemas de comunicação entre os funcionários chegaram a seguir em 70,3%, seguidos por 58,6%, citando os desafios da avaliação de resultados. Tradicionalmente, as empresas japonesas evitam contratar pessoas para trabalhos específicos, optando pela flexibilidade para transferir facilmente funcionários da casa para vários cargos. Na pesquisa, 40,7% dos entrevistados disseram ter introduzido esse sistema ou estão pensando em fazê-lo.

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