Criaturas do mar. Horror e glória dos oceanos
O fotógrafo Brian Skerry trabalha acima e abaixo da superfície dos oceanos. Como ele mesmo diz, sai à caça da magia e da beleza que existe no mar. Nesta palestra, ilustrada por uma galeria de imagens, ele mostra e comenta fotos extraordinárias de criaturas submarinas.
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Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
Fotos: Brian Skerry
Tradução: Gustavo Pugliesi Sachs. Revisão: Denise Bem David
Brian Skerry é um fotojornalista que produz imagens que não apenas celebram o mistério e a beleza do mar, mas também chamam a atenção para os perigos que ameaçam a saúde de nossos oceanos.
Usando a câmera como instrumento de comunicação, Skerry passou as últimas três décadas contando as histórias do mar. Ele passa oito meses por ano fazendo trabalho de campo, muitas vezes enfrentando condições extremas para fotografar se objetos. Passou meses a bordo de pequenos barcos pesqueiros, mergulhou por entre os gelos do Ártico e da Antártica, passou mais de dez mil horas embaixo d’água.
GALERIA:
Vídeo:
Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED:
Eu gostaria de compartilhar com vocês hoje algumas histórias sobre o oceano por meio de meu trabalho como fotógrafo para a revista National Geographic. Acho que me tornei um fotógrafo submarino e fotojornalista porque me apaixonei pelo mar quando criança. Eu queria contar histórias sobre todas as coisas maravilhosas que eu via debaixo d'água, vida selvagem incrível e comportamentos interessantes. E mesmo após 30 anos fazendo isso, após 30 anos explorando o oceano, eu nunca deixo de me surpreender com os encontros extraordinários que tenho quando estou no mar. Mas, com frequência cada vez maior hoje em dia, também vejo coisas terríveis debaixo d'água, coisas que acho que a maioria das pessoas não percebe. Então fui obrigado a apontar minha câmera para essas questões para contar uma história mais completa. Eu quero que as pessoas vejam o que acontece debaixo d'água, tanto o horror quanto a magia.
A primeira história que cobri para a National Geographic, na qual reconheci a habilidade de incluir questões ambientais à cobertura de história natural foi uma história que propus sobre focas da Groenlândia. Inicialmente, a história que eu queria cobrir tinha apenas um foco nas poucas semanas anuais em que esses animais migram do ártico canadense para o Golfo de São Lourenço, no Canadá, para fazerem a corte, se acasalarem e terem seus filhotes. Tudo isso contracena com o pano de fundo da camada de gelo transitória que se move com o vento e a corrente Por eu ser um fotógrafo submarino, quis fazer uma cobertura por cima e por baixo, fazer fotos como esta, que mostra um desses filhotes nadando pela primeira vez na água gelada a -1,5 grau. Mas conforme eu me envolvia na história, percebi que havia duas questões ambientais que não podia ignorar. A primeira é que esses animais continuam sendo caçados, mortos com hakapiks com oito, 15 dias de vida. Essa é, na verdade, a maior matança de mamíferos marinhos do planeta, com centenas de milhares dessas focas sendo mortas todos os anos.
Mas, por mais desconcertante que seja, acho que o maior problema para as focas da Groenlândia é a perda do gelo marinho por aquecimento global. Esta é uma foto aérea que fiz mostrando o Golfo do São Lourenço na temporada de caça às focas da Groenlândia. E, apesar de vermos muito gelo na foto, há muita água também que, historicamente, nunca esteve lá. E o gelo que está lá é bem fino. O problema é que os filhotes precisam de uma plataforma estável de gelo sólido para serem amamentados por suas mães. Eles precisam de apenas 12 dias, desde o momento em que nascem até ficarem autônomos Mas se não tiverem 12 dias, podem cair no oceano e morrer. Esta é uma foto que fiz mostrando um destes filhotes com apenas 5 ou 7 dias de idade - ainda com um pedaço do cordão umbilical na barriga - que caiu por causa do gelo fino, e a mãe tenta freneticamente puxá-lo para cima para respirar e trazê-lo de volta para um local sólido. Esse problema continuou crescendo a cada ano em que estive lá. Eu li que, no ano passado, a taxa de mortalidade de filhotes era de 100% em algumas partes do Golfo do São Lourenço. Portanto, essa espécie, claramente, tem muitos problemas para se desenvolver. Esta acabou sendo uma história de capa na National Geographic. E recebeu bastante atenção.
Com isso, eu vi o potencial de começar a cobrir outras histórias sobre problemas no oceano. Então, propus uma história sobre a crise pesqueira global, e parte porque eu testemunhei pessoalmente muita degradação no oceano nos últimos 30 anos, mas também porque eu li uma publicação científica que afirmava que 90% dos peixes grandes no oceano desapareceram nos últimos 50 ou 60 anos. Entre eles o atum, os peixes de bico e os tubarões. Quando li isso, fiquei impressionado com esses números. Eu pensei que isso seria manchete em todos os veículos de mídia. Mas na verdade não foi, então, quis cobrir uma matéria submarina que contasse um tipo completamente diferente de história. Queria que fosse mais como fotografia de guerra, onde eu tiraria fotos mais chocantes que mostrassem aos leitores o que estava acontecendo à vida selvagem marinha no planeta.
O primeiro componente da história que eu achei essencial, entretanto, foi dar aos leitores um sensação de agradecimento pelos animais oceânicos que estavam comendo. Sabe, eu acho que as pessoas vão a um restaurante e alguém pede um bife e todos sabemos de onde vem o bife e alguém pede um frango, e todos sabemos o que é uma galinha, mas quando alguém come um sushi de atum vermelho, será que sabe alguma coisa sobre o animal magnífico que consome? Porque esses são os leões e tigres do mar. Na verdade, esses animais não têm equivalente terrestre eles são únicos no mundo. Estes são animais que podem nadar quase do equador aos polos e podem cruzar oceanos inteiros no período de um ano. Se não fossemos tão eficientes em capturá-los, porque eles crescem a vida toda, haveria atuns vermelhos de 30 anos pesando uma tonelada. Mas a verdade é que somos eficientes demais em capturá-los e seu número desabou no mundo todo.
Este é o leilão diário no Mercado de Peixes Tsukji, que eu fotografei alguns anos atrás. E todos os dias esses atuns, vermelhos com estes, são empilhados como lenha, armazém atrás de armazém. E conforme eu circulava e fazia essas fotos, me ocorreu que o oceano não é uma mercearia, sabe. Não podemos continuar tirando sem esperar sérias consequências como resultado.
Com a matéria, também quis mostrar aos leitores como peixes são apanhados, alguns métodos usados para pescar, como uma rede de arrasto, que é um dos métodos mais comuns no mundo. Esta era uma rede pequena, usada para pegar camarão no México, mas seu modo de funcionamento é essencialmente igual no mundo todo. Tem uma rede grande no meio com duas portas de aço em cada ponta. e, conforme é puxada pela água, as portas encontram resistência do oceano e o bocal da rede se abre. Eles colocam boias no alto e pesos de chumbo embaixo. E ela é puxada pelo fundo, aqui, para pegar camarões. Mas, como se pode imaginar, ela pega tudo mais que esteja no caminho. E isso está destruindo essa preciosa comunidade do leito marinho, coisas como esponjas e corais, esse habitat crucial para outros animais.
Essa foto eu fiz de um pescador segurando os camarões que pegou após puxar suas redes por uma hora. Ele tinha um punhado de camarões, talvez sete ou oito e todos esses outros animais no convés do barco são pesca colateral. Estes são animais que morreram no processo, mas não têm valor comercial. Então, este é o verdadeiro custo de um jantar de camarões, talvez sete ou oito camarões e 4 kg de outros animais que precisaram morrer no processo. E para ilustrar ainda mais esse assunto, eu nadei sob o barco de camarão e tirei esta foto do homem jogando essa pesca colateral no mar com uma pá, como lixo, e fotografei essa cascata de morte, animais como peixes-viola, arraias-morcego, linguados, baiacus que, apenas uma horas antes, estavam no leito do oceano, vivos, e agora eram jogados de volta como lixo.
Eu também quis focalizar na indústria de pesca de tubarão porque na Terra, atualmente, nós matamos mais de 100 milhões de tubarões a cada ano. Mas antes de eu ir fotografar esse componente, eu me debati com a noção de como tirar fotos de tubarões mortos que repercutissem junto aos leitores. Eu acho que ainda tem muita gente que pensa que tubarão bom é tubarão morto. Mas uma manhã eu pulei na água e vi esse tubarão-raposa que havia acabado de morrer na rede de emalhar. E com suas grandes nadadeiras peitorais e olhos ainda visíveis, me pareceu um tipo de crucificação, se me permitem. Essa acabou sendo a foto principal na história sobre a pescaria global da National Geographic. Eu espero que tenha ajudado nossos leitores reparar nesse problema de 100 milhões de tubarões.
E porque eu amo tubarões, sou um pouco obcecado por tubarões, quis cobrir outra história, mais festiva, sobre tubarões, como forma de falar sobre a necessidade da conservação dos tubarões. Então fui às Bahamas porque há muito poucos lugares no mundo onde os tubarões estão bem hoje em dia, mas as Bahamas parecem ser um lugar onde os cardumes são razoavelmente saudáveis, em grande parte porque o governo de lá baniu por lei a pesca deles há muitos anos atrás. Eu quis mostrar várias espécies que não tínhamos mostrado muito na revista e trabalhei em diversos locais.
Um desses locais foi um lugar chamado Tiger Beach, no norte das Bahamas, onde os tubarões-tigre se amontoam em águas rasas. Esta é uma foto em baixa altitude que eu tirei mostrando nosso barco de mergulho com cerca de uma dúzia desses grandes e velhos tubarões-tigre nadando ao redor. Mas uma coisa que eu realmente não queria fazer nessa cobertura era continuar retratando tubarões como monstros. Não queria que eles fossem muito ameaçadores ou assustadores. E com essa foto de um belo tubarão-tigre fêmea de 4,5; 4 metros provavelmente, eu acho, acho que alcancei esse objetivo, ela estava nadando com esses pequenos xereletes azuis no nariz e meu flash criou uma sombra em seu rosto. E eu acho que é uma imagem mais delicada, menos ameaçadora, um pouco mais respeitosa da espécie.
Nesta história, eu também procurei pelo grande e difícil tubarão cabeça-de-martelo, um animal que realmente não havia sido muito fotografado até talvez uns sete ou dez anos atrás. Ele é uma criatura muito solitária. Mas este é um animal que é considerado pela ciência como carente em dados tanto na Flórida quanto nas Bahamas. Nós não conhecemos quase nada sobre eles. Nós não sabemos de onde ou para onde eles migram, onde eles se acasalam, onde têm seus filhotes, mesmo assim, a população de cabeças-de-martelo no Atlântico caiu aproximadamente 80% nos últimos 20 a 30 anos. Nós os estamos perdendo mais rápido do que conseguimos encontrá-los.
Este é o tubarão galha-branca, um animal que é considerado a quarta espécie mais perigosa, se você se preocupa com essas listas. Mas é um animal que enfrenta um declínio de 98% na maioria de suas variedades. Por este ser um animal oceânico e habita águas mais profundas e por não estarmos trabalhando no leito oceânico, eu levei uma gaiola à prova de tubarões. Meu amigo, o biólogo de tubarões Wes Pratt, está dentro da gaiola. Dá para ver que o fotógrafo, é claro, não estava na gaiola, então, claramente, o biólogo é um pouco mais esperto que o fotógrafo, eu acho.
E por fim, com essa história, eu também quis me focalizar em maternidades de bebês de tubarões. E fui à ilha de Bimini, nas Bahamas, para trabalhar com filhotes de tubarão-limão. Esta é a foto de um filhote de tubarão-limão ela mostra esses animais no local onde vivem em seus primeiros dois a três anos de vida, nesses mangues protegidos. Esta é uma foto bastante incomum para um tubarão. Não é o que normalmente se pensa de uma imagem de tubarão. Mas aqui vemos um tubarão que tem 25 ou 27 centímetros nadando em 30 cm de água. Esse é um habitat crucial e é onde passam seus primeiros dois, três anos até que estejam grandes o suficiente para saírem para o resto do coral. Depois que saí de Bimini, eu soube que esse habitat estava sendo demolido para a criação de um novo campo de golf e um resort.
Em outras histórias recentes, eu enfoquei, separadamente, espécies conhecidas que estão em risco no oceano, como forma de falar sobre outras ameaças. Numa delas, documentei a tartaruga-de-couro. De todas espécies de tartaruga, esta é a maior, com maior alcance, que mergulha mais fundo e a mais antiga. Aqui vemos uma fêmea rastejando para fora do oceano sob a luz da Lua na ilha de Trinidad. Esses são animais cuja linhagem tem mais de 100 milhões de anos. Houve um tempo em suas vidas em que elas saíam da água para botar ovos e viam Tyrannosaurus rex passar. E hoje, elas rastejam e vêem condomínios. Mas, apesar dessa longevidade fantástica, elas são agora consideradas como criticamente ameaçadas. No Pacífico, onde tirei esta fotografia, o número delas caiu em cerca de 90% nos últimos 15 anos.
Esta é uma fotografia que mostra um filhote prestes a sentir a água salgada pela primeira vez começando sua longa e perigosa jornada. Apenas um em mil filhotes de tartaruga-de-couro alcançará a maturidade. Mas isso é graças aos predadores naturais como abutres, que os pegam na praia, ou peixes predadores que aguardam em alto-mar. A natureza aprendeu a compensar isso e as fêmeas botam diversos lotes de ovos para vencer essa probabilidade. Mas elas não podem lidar com estresse antropogênico, coisas humanas, como nesta foto que mostra uma tartaruga-de-couro presa à noite numa rede de emalhar. Eu, na verdade, pulei na agua e fotografei isto, e, com a permissão do pescador, eu cortei a rede e a tartaruga pôde nadar livremente. Mas todo ano, milhares de tartarugas-de-couro não têm a mesma sorte e o futuro da espécie está ameaçado.
Outra espécie carismática dessa megafauna com que trabalhei foi a história que cobri sobre as baleias francas. E, essencialmente, o que acontece com as baleias francas é que cerca de um milhão de anos atrás, havia uma espécie de baleia franca no planeta, mas conforme as massas de terra se moveram e os oceanos se isolaram, a espécie se separou e hoje existem, essencialmente, dois tipos distintos. Existe a baleia franca do sul que vemos aqui e a baleia franca do Atlântico Norte que vemos aqui, com uma mãe e filhote na costa da Flórida. Ambas as espécies foram caçadas quase até a extinção pelos primeiros baleeiros, mas as baleias francas do sul se recuperaram bem melhor porque elas ficam em locais bem distantes de atividade humana.
A baleia franca do Atlântico Norte é listada como a espécie mais ameaçada no mundo hoje porque são baleias urbanas, que vivem ao longo da costa leste da América do Norte, Estados Unidos e Canadá e precisam lidar com essas adversidades urbanas. Esta foto é de um animal com a cabeça de fora num pôr do sol na costa da Flórida. Dá para ver a fábrica queimando carvão no fundo. Elas precisam lidar com coisas como toxinas e remédios que são despejados no oceano e podem estar até afetando sua reprodução. Elas também ficam presas em equipamentos de pesca. Esta é uma foto que mostra a cauda de uma baleia franca. Aquelas marcas brancas não são marcas naturais. São cicatrizes causadas por enroscamento. 72% da população possui cicatrizes assim, mas a maioria não se livra de armadilhas de lagosta e gaiolas de caranguejo. Elas ficam presas nos animais e acabam matando-os. E o outro problema é que elas são atingidas por navios. Este era um animal que havia sido atingido por um navio na Nova Escócia, Canadá, sendo levado para fazer uma necropsia para confirmar a causa da morte, que foi mesmo o golpe de um navio. Então todas essas adversidades se acumulam sobre esses animais e mantém seus números muito baixos.
E para contrastar com essa população ameaçada do Atlântico Norte, eu visitei uma população imaculada de baleias francas do sul que foi descoberta há, apenas, cerca de 10 anos na zona subantártica da Nova Zelândia, num local chamado Ilhas Auckland. Eu fui lá durante o inverno. Esses são animais que nunca tinham visto humanos antes. Eu, provavelmente, fui uma das primeiras pessoas que elas viram. Eu entrei na água com elas e fiquei espantado com o quanto elas eram curiosas. Essa foto mostra meu assistente no fundo do mar, a mais ou menos 21 metros de uma dessas baleias fantasticamente lindas de 14 metros e 70 toneladas, parecendo um ônibus nadando por cima, sabe. O estado delas era perfeito, bem gordas e saudáveis, robustas, sem cicatrizes de enroscamento, do jeito que elas devem ser. Eu li que quando os peregrinos chegaram em Plymouth Rock, em Massachusetts em 1620, escreveram que era possível cruzar a pé a Baía de Cabo Cod no dorso de baleias francas. Não podemos voltar e ver isso hoje, mas talvez possamos preservar o que ainda resta.
E quero fechar esta palestra com uma história de esperança, uma matéria que cobri sobre reservas marinhas como forma de solução ao problema da pesca excessiva, a matéria da crise pesqueira global. Decidi trabalhar na Nova Zelândia porque a Nova Zelândia é bem avançada e é bem avançada em termos de proteção ao seu oceano. E queria que essa história fosse sobre três coisas. Queria que fosse sobre abundância, sobre diversidade e sobre resiliência. E um dos primeiros locais onde trabalhei foi uma reserva chamada Ilha Goat em Leigh, na Nova Zelândia. O que os cientistas lá me disseram foi que quando protegeram esta primeira reserva marinha em 1975, esperavam que certas coisas acontecessem.
Por exemplo, esperavam que certas espécies de peixe como o Pagrus auratus, retornassem, porque haviam sido pescadas até o limite da extinção comercial. E elas voltaram. O que não se previa é que outras coisas iriam acontecer. Por exemplo, esses peixes predam os ouriços do mar. E quando os peixes haviam sumido, tudo o que se via debaixo d'água eram quilômetros e quilômetros de ouriços do mar. Mas quando os peixes voltaram e começaram a predar e controlar a população de ouriços, pasmem, florestas de Laminariales surgiram em águas rasas. E isso porque os ouriços comem as Laminariales. Então quando os peixes controlaram a população de ouriços, o equilíbrio natural do oceano foi reestabelecido. Sabe, provavelmente é assim que o oceano devia ser há cem ou 200 anos, mas não tinha ninguém lá para nos dizer.
Eu trabalhei também em outras partes da Nova Zelândia, em áreas lindas, frágeis e protegidas, como em Fiordland, onde essa colônia de Pennatulacea foi encontrada. Um pouco de Parapercis colias nadando para dar um pouco de cor. Na parte norte da Nova Zelândia, eu mergulhei na água azul, onde ela é um pouco mais quente, e fotografei animais como esta arraia gigante nadando por um canyon submarino. Cada parte do ecossistema nesse lugar parece bem saudável, desde animais pequenos como um nudibrânquio, rastejando sobre uma esponja do mar ou um Oligoplites saurus, que é um animal muito importante nesse ecossistema porque ele pasta no fundo e permite que novas vidas surjam.
E quero finalizar com esta foto, uma imagem que fiz em um dia de tempestade na Nova Zelândia quando fiquei no leito, no meio de um cardume de peixes nadando em volta de mim. Estava em um local que havia sido protegido há apenas 20 anos aproximadamente. E falei com mergulhadores que descem lá há muitos anos e eles disseram que a vida marinha é melhor lá hoje do que nos anos 60. E é por ter sido protegida que ela voltou.
Então, acho que a mensagem é clara. O oceano é, sim, resiliente e tolerante até certo ponto, mas precisamos ser bons zeladores. Eu me tornei um fotógrafo submarino porque me apaixonei pelo mar e faço fotos dele hoje, porque quero protegê-lo e não acho que seja tarde demais.
Muito obrigado.
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