Fernanda Werneck em trabalho de campo, no Rio Negro, no Amazonas
O fato de sabermos ainda pouquíssimo sobre a biodiversidade brasileira encarece várias áreas da Ciência local como a farmácia e a ecologia. O Amazonas é um verdadeiro laboratório natural pouco desbravado e protegido; pela grandeza, é praticamente impossível monitorar cada canto e conter a onda de desmatamento atual. O Cerrado é igualmente ameaçado e, junto do bioma amazônico, constituem os dois principais locais naturais de interação genética entre organismos de várias espécies.
No âmbito do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o trabalho de Fernanda Werneck, “Determinantes da diversidade genética e evolução no ecótono Cerrado-Amazônia”, investiga os padrões genéticos e os fluxos gênicos de organismos de ambos biomas. Além disso, a zona de transição entre os dois biomas também é estudada como o principal local de trocas de genes e evolução biológica. Coincidentemente, essa área de transição entre os dois biomas se situa exatamente no assim chamado “arco do desmatamento brasileiro”.
“No projeto, utilizamos lagartos como organismos-modelos para avaliar os efeitos de mudanças climáticas globais nos potenciais riscos de extinção e capacidades adaptativas das espécies. As descobertas visam aprimorar o conhecimento básico sobre a altíssima diversidade biológica de áreas criticamente ameaçadas, com implicações relevantes para estratégias de conservação”, explica Werneck.
Werneck é pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (INPA) e ficou surpresa por ser uma das premiadas. “É uma honra muito grande receber esse prêmio em reconhecimento a todo um trabalho. Além disso, é uma grande oportunidade para dar maior visibilidade às importantes contribuições de jovens cientistas brasileiras à pesquisa em evolução da biodiversidade neotropical”, finaliza a pesquisadora.
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