Yellen critica ações 'punitivas' da China contra empresas americanas e pede reformas de mercado
Secretária do Tesouro dos EUA enfatiza a necessidade de cadeias de suprimentos resilientes e práticas econômicas justas
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Reuters - A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, se reuniu com representantes da comunidade empresarial dos EUA na China em Pequim, nesta sexta-feira (7), para discutir os recentes desenvolvimentos na relação econômica entre os dois países. Em seu discurso para a Câmara de Comércio Americana na China (AmCham), Yellen criticou as ações "punitivas" da China contra empresas americanas e pediu reformas de mercado na segunda maior economia do mundo.
Yellen expressou preocupação com os novos controles de exportação da China sobre minerais críticos e enfatizou a necessidade de cadeias de suprimentos resilientes e diversas. Ela alertou que tais ações destacam a necessidade de práticas econômicas justas e afirmou que os Estados Unidos e seus aliados retaliarão o que ela considerou práticas injustas da China.
Durante sua visita, Yellen teve discussões substanciais com figuras proeminentes chinesas, incluindo o ex-chefe da economia chinesa, Liu He, e a autoridade do banco central chinês, Yi Gang. A viagem da Secretária do Tesouro tem como objetivo amenizar as tensões entre os Estados Unidos e a China, que se intensificaram após o abate de um balão do governo chinês pelas forças militares americanas e o crescente atrito em relação aos controles de exportação.
Embora não se esperassem grandes avanços, ambos os lados reconheceram que a proteção dos interesses de segurança nacional agora superava o aprofundamento dos laços econômicos. Em resposta à visita de Yellen, o Ministério das Finanças da China expressou a esperança de que os Estados Unidos adotassem ações concretas para criar um ambiente favorável às relações econômicas e comerciais bilaterais.
Empresas americanas operando na China estão otimistas de que a visita de Yellen ajudará a manter vias comerciais abertas entre as duas economias, independentemente das tensões geopolíticas. O presidente da AmCham, Michael Hart, saudou a participação de Yellen e expressou que sua visita permite mais conversas e interações em vários níveis, contribuindo para um ambiente mais acolhedor.
Essa pressão diplomática dos Estados Unidos ocorre antes de uma possível reunião entre o presidente Joe Biden e o presidente chinês Xi Jinping. O objetivo é estabelecer uma relação estável e construtiva entre os dois países, garantindo a proteção dos interesses de segurança nacional e dos direitos humanos. As trocas regulares são vistas como um meio de monitorar os riscos econômicos e financeiros, especialmente durante desafios globais como o conflito da Rússia na Ucrânia e os efeitos persistentes da pandemia.
Yellen enfatizou que Washington não busca uma separação completa das economias, mas tem preocupações com os subsídios expandidos da China para empresas estatais e domésticas, barreiras ao acesso ao mercado para empresas estrangeiras e ações punitivas recentes contra empresas americanas. Ela também pediu que a China retorne a práticas mais orientadas para o mercado, que foram fundamentais para seu rápido crescimento e redução da pobreza.
Destacando a importância da crescente classe média chinesa como mercado para produtos e serviços americanos, Yellen reiterou que as ações direcionadas são motivadas por preocupações de segurança nacional. Ela enfatizou a necessidade de diversificar, em vez de desvincular, as duas maiores economias do mundo, pois uma desvinculação completa seria desestabilizadora e praticamente impossível de ser alcançada.
Em conclusão, a visita de Yellen à China ressaltou a urgência de reformas de mercado, práticas econômicas justas e cadeias de suprimentos resilientes. À medida que as tensões entre os Estados Unidos e a China continuam, manter linhas de comunicação abertas e engajar-se em diálogos construtivos são cruciais para o futuro do relacionamento econômico entre as duas nações.
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