WSJ: CIA trabalhava com a Líbia

Documentos encontrados na sede da agncia de Segurana Externa lbia revelam que EUA enviavam suspeitos de terrorismo para serem interrogados em Trpoli



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A Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA e os serviços de inteligência da Líbia desenvolveram uma relação tão próxima durante o governo de George W. Bush que Washington enviava suspeitos de terrorismo para interrogação na Líbia e sugeria as perguntas que deveriam ser feitas, segundo documentos encontrados na sede da agência de Segurança Externa líbia, informa The Wall Street Journal.

A ligação era tão estreita que a CIA estabeleceu "uma presença permanente" na Líbia em 2004, segundo uma nota de Stephen Kappes então o número 2 do serviço clandestino da CIA, para o então chefe de inteligência líbio Moussa Koussa.

O memorando começa com "Caro Musa" e é assinado a mão, "Steve". Kappes era um participante crítico nas negociações secretas que levaram à decisão do líder líbio Muamar Kadafi em 2003 de abandonar seu programa nuclear. Por meio de uma porta-voz, Kappes, que se aposentou da agência, negou-se a comentar as informações.

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Uma autoridade dos EUA disse que a Líbia mostrava progressos na época. "Vamos manter em mente qual era o contexto: até 2004 os EUA haviam conseguido convencer o governo líbio a abandonar seu programa de armas nucleares e a ajudar a parar terroristas que estavam ativamente alvejando americanos nos EUA e no exterior", disse.

Os arquivos documentando a renovação dos laços entre a CIA e a inteligência líbia foram revisados e copiados por pesquisadores do Human Rights Watch durante visita à sede da agência de Segurança Externa líbia em Trípoli. O diretor Peter Bouckaert disse que visitava o edifício nesta sexta-feira como parte do esforço do grupo para ajudar a autoridade transitória líbia a proteger documentos sensíveis deixados pelo regime de Kadafi, que entrou em colapso em agosto após uma rebelião de cinco meses.

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Bouckaert disse que descobriu os documentos numa sala que os guardas descreveram como o antigo escritório de Koussa, que se tornou chanceler em 2009. Bouckaert fotografou os documentos, deixando os originais no lugar, e entregou cópias a The Wall Street Journal.

O Human Rights Watch tem criticado a política dos EUA de enviar suspeitos de terrorismo a terceiros países para interrogação. A prática ocorre pelo menos desde 1995, quando o Egito começou a ajudar os EUA.

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Koussa, que abandonou o governo Kadafi em março, é apontado como tendo ajudado a negociar a reaproximação da Líbia com a comunidade internacional e o fim das sanções ao país em troca do abandono do programa de armas de destruição em massa.

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