Última base militar da Renamo é fechada em Moçambique
O fechamento foi saudado pela União Africana como um importante passo para a paz na África
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José Pedro Faya, de Lisboa, 247 - Na última quinta-feira (15), foi fechada a última base militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), movimento anticomunista armado convertido a partido político em 1992 e que desde a sua fundação esteve em relação conflituosa com o governo moçambicano.
Fundada em 1975 com o patrocínio da Inteligência Central do regime racista da Rodésia, a Renamo recebeu apoio também dos governos da África do Sul e dos Estados Unidos, com o objetivo de combater o governo revolucionário instaurado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido que liderou a luta pela independência do país. A disputa entre a Renamo e a Frelimo deu origem à Guerra Civil Moçambicana, que durou 16 anos.
Apesar do Acordo de Paz assinado em 1992, em 2013 a Renamo retomou o emprego de táticas terroristas, engajando-se novamente no confronto armado para concretizar os seus objetivos políticos. Após anos de negociação, foi assinado o Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, no quadro do qual se insere o encerramento da base militar de Gorongosa realizado na última quinta-feira.
O presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, saudou Filipe Nyusi, presidente moçambicano, pelo seu empenho na promoção da reconciliação, e também o líder da Renamo pelo seu compromisso com as obrigações acordadas, afirmando o compromisso da União Africana de apoiar os esforços moçambicanos para a promoção da paz.
A reconciliação entre o governo e a Renamo, caracterizada pela Frelimo como um “marco histórico”, ganha uma importância redobrada no momento atual, em que as forças armadas do país combatem os insurgentes terroristas ligados ao Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, local onde está sendo desenvolvido o maior projeto de gás natural liquefeito da África.
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