Ucrânia diz a China e Brasil que não pode ser persuadida a negociar com Rússia

Chefe de gabinete de Zelensky diz que Ucrânia se opõe a tentativas de países terceiros de mediarem conflito

Volodymyr Zelensky e Luiz Inácio Lula da Silva
Volodymyr Zelensky e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)


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Brasil de Fato - As autoridades ucranianas disseram aos representantes especiais da China e do Brasil que Kiev não pode ser persuadida a negociar com a Rússia até que as tropas russas deixem o país. A informação foi divulgada pelo chefe do gabinete do presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak.

"Foi exatamente isso que expliquei aos enviados da China e do Brasil, que não existe tal força que hoje obrigue a sociedade e a liderança ucraniana a conversar com os russos - desde que tenhamos tropas russas [em território ucraniano]. Não existe", disse ele em entrevista exclusiva à Interfax-Ucrânia.

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Ele destacou que houve "uma conversa bastante franca" com representantes dos líderes do Brasil e da China e que a Ucrânia está "muito grata pelo desejo de participar, pela reação", mas reforçou que Kiev tem seu próprio plano de paz. 

"Eu honestamente disse a ambos que a Ucrânia está muito grata pelo desejo de participar, pela reação. Mas a Ucrânia tem seu próprio plano de paz, e o que consideramos justo - já que a guerra está acontecendo em nosso território -, que o plano ucraniano deve ser a base para o acordo. O presidente Volodymyr Zelensky indicou claramente que a Ucrânia está pronta para ouvi-los e escutá-los, então, para isso, os convidamos a participar da Cúpula da Paz", disse Yermak.

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O chefe de gabinete do presidente ucraniano também disse que se opõe às tentativas de países terceiros de atuar como mediadores nas relações entre a Ucrânia e a Rússia. "Nossa segunda posição, que transmitimos aos representantes da China e do Brasil: somos contra a mediação", ressaltou.

"Nós não começamos esta guerra. Não precisamos de terras russas. Estamos lutando pelos nossos. Mas não teremos compromissos territoriais. Foi muito importante dizer isso aos representantes especiais. Em todo o resto, vamos conversar", completou Yermak.

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Desencontro entre Lula e Zelensky

Durante a realização da cúpula do G7, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não conseguiu se reunir com o colega Volodymyr Zelensky, porque o presidente ucraniano não teria comparecido no horário em que a delegação brasileira estipulou a agenda bilateral. 

"Nós tínhamos uma entrevista bilateral com a Ucrânia às 3 horas da tarde. Nós tínhamos a informação de que eles tinham atrasado, enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente, teve outro compromisso e não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu", informou Lula.

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O presidente brasileiro disse ter ficado "triste e decepcionado" com o não comparecimento de Zelensky. "Eu gostaria de encontrar com ele e discutir o assunto. O Zelensky é maior de idade, ele sabe o que ele faz", concluiu.

Ao comentar sobre o desencontro entre Lula e Zelensky, o chefe de gabinete do presidente ucraniano afirmou que a reunião não se deu por conta do "cronograma apertado". 

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"O cronograma era muito apertado e, portanto, simplesmente não coincidia no tempo. Portanto, em princípio, os presidentes, em geral, só puderam se ver fisicamente na segunda sessão", argumentou.

"Estamos muito interessados ​​que o Brasil também participe da Cúpula da Paz, na implementação do plano de paz. Iremos continuar estes contatos. Desenvolvemos, creio eu, um contato muito bom com o enviado dele, que veio para a Ucrânia [Celso Amorim]. Nós concordamos em continuar. Estamos esperando por Lula na Ucrânia, enviamos um convite. E tenho certeza que, dada a situação apropriada, Volodymyr Zelensky visitaria o Brasil", destacou Ermak.

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