Terra em transe: fogo, conflito, prisões, mortes

Em Londres, 500 foram presos na maior onda de depredaes da Inglaterra; 60 mil estudantes, no Chile, enfrentam a polcia; 38 pessoas ligadas ao Turismo foram presas pela PF; em Salvador,nove operrios morreram; tera-feira, 9/8/2011



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Marco Damiani, 247 – Foi uma terça-feira especialmente caótica, até mesmo para um mundo revirado. Por ordem de horário, primeiro a fábrica da Sony ardeu, no norte de Londres, em meio à maior onda de distúrbios, saques e depredações já vistas na elegante capital da Grã Bretanha. Foram 500 prisões ao longo do dia. O governo interrompeu as férias e triplicou o policiamento, sem projetar uma data para os ânimos se acalmarem.

Enquanto Londres fumegava, as bolsas de valores do mundo faziam um movimento de montanha russa, mergulhando e emergindo ao sabor de anúncios econômicos feitos para tentar acalmar os investidores. Barack Obama deu vez ao presidente do Fed, Ben Bernanke, na missão de enfrentar o mercado. Não se sabe como estarão os humores dos investidores, hoje contidos em sua fúria derrubadora de índices, amanhã.

À tarde, no Chile, mais de 60 mil estudantes saíram às ruas, enfrentaram a polícia e deixaram o recado de que não aceitam reformas a serem feitas pelo presidente Sebastían Piñera. Na Somália, fome. Na cidade sitiada de Misrata, na Líbia, o cerco desumano prosseguiu. O ditador Muamam Kadafi, num anúncio quase não notado, denunciou que as tropas da Otan mataram 85 civis. Perto dali, na Síria, o embaixador da Turquia em Damasco fez um gesto solitário, mas representativo: avistou-se com o ditador Bashar al-Assad para pedir que ele pare de matar seu povo.

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Entre esses momentos, o Brasil. Logo cedo, no Amapá, em Brasília e outras paragens, agentes da Polícia Federal algemaram e prenderam nada menos que 38 pessoas de uma ou outra maneira ligadas ao Ministério do Turismo, a começar pelos números 2 e 3 do órgãos, o secretário executivo Frederico Silva da Costa, e o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins. O movimento despertou reações dos políticos, inicialmente tímidas, mas mais assumidas ao final da tarde, quando líderes do PT e do PMDB enfim se uniram em torno do mesmo discurso: a culpa foi da polícia, que abusou. O ministro Pedro Novis, que tinha essa malta agindo bem debaixo do seu nariz, foi praticamente blindado pelas escudeiras da presidente Dilma Rousseff, as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvati. Ele, é claro, não pediu demissão por incompetência.

Soube-se, ainda, nesta terça-feira caótica, que o comandante do Exército Brasileiro, general Enzo Peri, está enrolado no Tribunal de Contas da União. O militar é o personagem principal de um relatório oficial que o aponta como responsável pela assinatura de mais de 30 contratos sem licitações, nos tempos em que chefiou o Departamento de Engenharia e Construções (DEC), entre 2003 e 2006, em benefício de empresas ligadas a militares. O valor dos contratos supera os R$ 15 milhões.

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Entre todas, produziu-se uma notícia local ainda mais trágica. Pela manhã, em Salvador, nove operários morreram quando o elevador externo em que eles estavam, no 28º andar do prédio que construíam, caiu e se espatifou no chão. Por aqui, dias ainda piores certamente virão. Para eles, acabou.

 

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