Sr. e Sra. Sarkozy versão 2011

A postura miditica e de superioridade do casal presidencial foi substituda por uma mais reservada e responsvel. Os franceses gostaram



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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Não expor a vida privada, não entrar na briga da minoria, não fazer comentários. Aparecer calmo, descontraído, sereno. Se ocupar das questões macros e lidar com chefes de Estado. Delegar, enfim, problemas caseiros e a superexposição ao primeiro-ministro. Ser presidente, oras. A pouco menos de um ano do final de seu mandato, um novo Nicolas Sarkozy finalmente surge em cena. Num contexto em que todos esperavam o soberbo presidente da França em sua melhor forma – com a acusação de agressão sexual que derrubou seu principal rival Dominique Strauss-Kahn (DSK) e a gravidez de sua esposa, Carla Bruni-Sarkozy - ele se calou. E como uma primeira-dama exemplar, Carla deixou a vida de cantora de lado e se recolheu para se dedicar ao futuro herdeiro longe dos flashes. Um casal presidencial versão 2011 que parece agradar os franceses.

Durante o caso DSK, o velho Sarkozy teria explodido de alegria publicamente ao ver seu principal concorrente se auto-destruir. No entanto, além de não dizer nada ele ainda exigiu a mesma sobriedade da base governista. A atitude também foi adotada em relação a gravidez de Carla - nenhum comentário oficial do casal ou do Elysée foi feito a esse respeito. Ele está longe do presidente de óculos Ray-Ban de outrora, exibindo sua noiva na Disneylândia e rebatendo os insultos dos franceses.

Sua estratégia de comunicação estima que o momento é favorável para fazer a diferença. Agora que DSK caiu fora do jogo e que os candidatos socialistas estão disputando a tapa o lugar na eleição de 2012, ele quer passar a imagem de serenidade. Aquele que defendia a ruptura adotou a palavra rara, teoria de Jacques Pilhan, ex-conselheiro de comunicação de François Mitterrand e de Jacques Chirac. Em resumo : a arte de se fazer desejado.

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Há tempos as pessoas esperavam por essa distância, que ele deixasse de se ocupar de tudo, todo o tempo, transmitindo o sentimento de estar muito satisfeito consigo mesmo. Até o conteúdo de seus discursos e prioridades mudou. Sarkozy tinha escolhido se focar exclusivamente nos temas de imigração, segurança e identidade nacional. Mas há um mês e meio, ele segue uma linha mais equilibrada com espaço para a economia e questões sociais, que seguem como a prioridade dos franceses. Outro ponto que influenciou a seu favor, pelo quarto mês consecutivo, o desemprego caiu na França : -0,4% ou 10,9 mil desempregados a menos. A primeira boa notícia nos últimos três anos.

Sua imagem internacional também recebeu um up-grade. Primeiro por ter conquistado o respaldo da ONU e da OTAN no conflito armado contra o ditador Líbio, Mouammar Khadafi. Em depois, em Deauville, no final de maio, a ausência forçada do ex-chefe do FMI o abriu espaço para ser o Rei do G8. Um estatuto que o permitiu apoiar discretamente, com o consentimento dos europeus e posteriormente dos Estados Unidos e da Rússia, a candidatura de Christine Lagarde à sucessão de DSK.

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O impacto da nova estratégia não tardou a aparecer. Há dois meses seguindos ele tem subido nas pesquisas eleitorais, assim como viu diminuir a rejeição dos franceses. Sarkozy ganhou quatro pontos de popularidade – passou de 31% a 35% das opiniões positivas. Em relação a intenção de voto, ele estava em torno dos 17% entre março e abril. Hoje saltou para 22%. Uma situação ainda não muito confortável e significativa, mas que teve uma evolução consideravél em tão pouco tempo.

O caminho à redenção ainda é longo e incerto. Nada de sair por ai com o megafone na mão. Convencido de que os franceses não esperam dele o candidato para as eleições de 2012 e sim o presidente que trabalha, Nicolas Sarkozy não pretende entrar tão cedo em campanha. Quem sabe até lá sua nova imagem o torne favorito dessa corrida.

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