Sanções tornaram sistema financeiro mundial arriscado para o Sul Global e NBD construirá alternativas, diz Dilma

Chefe do Novo Banco de Desenvolvimento destacou busca por financiamentos em moedas locais, visando fortalecer os mercados internos dos países membros

Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai, China
Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai, China (Foto: Reprodução/Twitter/@NDB_int)


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247 - A ex-presidente do Brasil e presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, destacou em seu discurso na abertura da 8ª Reunião Anual da instituição financeira os desafios enfrentados pelo Sul Global diante das sanções e a importância do NBD como motor de construção de alternativas ao sistema financeiro mundial.

Em seu discurso, Rousseff ressaltou que o impulso para a globalização, que prevaleceu desde a Segunda Guerra Mundial, está passando por mudanças desde a crise financeira global de 2008/2009. A multiplicação de sanções e os conflitos geopolíticos introduziram incerteza e instabilidade, deixando os ativos financeiros desprotegidos e fragmentando ainda mais as cadeias de suprimentos globais, já abaladas pela pandemia de Covid-19.

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A chefe do NBD destacou os efeitos da inflação elevada e das políticas monetárias que levam ao aumento das taxas de juros, resultando em falências bancárias, alavancagem excessiva e aumentando o risco de recessão tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. O fim do afrouxamento quantitativo e a adoção do aperto quantitativo estão gerando ondas de instabilidade que afetam a economia global como um todo.

Rousseff ressaltou a importância do NBD como uma excelente oportunidade para fazer mais pelos países em desenvolvimento, economias emergentes e, em particular, para o Brasil. Ela destacou a transição energética e a necessidade de investimentos em infraestrutura como prioridades para o banco.

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Além disso, a ex-presidente do Brasil enfatizou a busca por financiamentos em moedas locais, visando fortalecer os mercados internos dos países membros e protegê-los dos riscos das flutuações cambiais. Atualmente, cerca de 22% da carteira do NBD são financiados em moeda local, principalmente empréstimos denominados em Renminbi. Para o ciclo estratégico de 2022-2026, a meta é aumentar para 30% o volume de financiamento em moedas nacionais dos membros do banco.

O objetivo estratégico do NBD, segundo Rousseff, é se tornar o principal banco de desenvolvimento para mercados emergentes e países em desenvolvimento. A diversificação das fontes de financiamento, a ampliação da rede de parcerias e a expansão da base de membros são medidas para fortalecer o papel do NBD como uma plataforma que promove o verdadeiro multilateralismo e uma cooperação mais ampla entre os países em desenvolvimento.

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