Salvador Allende volta ao cenário político
Corpo do ex-presidente chileno, morto no golpe de Estado de 1973, ser exumado a pedido da famlia
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Quase 40 anos depois da ascensão do general Augusto Pinochet ao poder, os chilenos continuam a investigar o golpe de Estado que lançou uma das nações com mais tradições democráticas na América do Sul, até então, em uma longa e sinistra ditadura. A família do ex-presidente Salvador Allende, morto na sede do governo, em Santiago, durante a quartelada militar de 11 de setembro de 1973, pediu ao juiz Mario Carroza, designado para investigar o caso que exume o cadáver e realize uma nova autópsia.
Após o golpe, o corpo do ex-líder socialista – que, segundo a versão aceita pela família, teria se suicidado, para não cair nas mãos dos militares golpistas – foi submetido a uma autópsia no Hospital Militar. Depois disso, o corpo foi entregue à viúva Hortensia Bussi em uma urna lacrada e sepultado privadamente em cova anônima no cemitério de Viña del Mar, na costa do Pacà fico, a 120 quilômetros a noroeste de Santiago.
Em 1990, logo após a volta da democracia, a urna foi transferida para o cemitério geral da capital. Em janeiro, a Corte Suprema decidiu reabrir uma série de processos por violações dos direitos humanos e entre eles determinou que se estabeleça judicialmente a causa da morte de Allende, encarregando o juiz Carroza de apurar as causas de morte de Allende.
A senadora Isabel Allende, uma das três filhas do ex-presidente, se reuniu com Carroza para pedir a exumação. Segundo ela, o magistrado aprovou o pedido, “porque também havia pensado que é indispensável”. A senadora disse que a família está contente com a decisão judicial de se apurar as razões exatas da morte de Allende. “Valorizamos esta investigação e vamos colaborar em tudo que seja necessário”, afirmou.
Segundo a versão do suicídio, Allende teria se matado com uma metralhadora que ganhou de presente do amigo e então presidente cubano Fidel Castro, em 1971. Alguns setores da esquerda chilena, contudo, descartam essa versão, por acreditarem que o ex-presidente foi morto pelos golpistas, que bombardearam o Palácio de La Moneda, sede do Executivo federal, com aviões e depois o atacaram com tropas.
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