Rússia: 'estamos comprometidos com o princípio de que guerra nuclear é inaceitável'

Representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova também fez críticas à Ucrania

Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa
Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa (Foto: Chancelaria russa)


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Agência Sputnik - À margem do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que está se realizando de 14 a 17 de junho, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo Maria Zakharova confirmou novamente a posição da Rússia sobre as especulações de uma guerra nuclear.

"A Rússia está totalmente comprometida com o princípio de que a guerra nuclear é inaceitável, nela não pode haver vencedores, ela nunca deve ser desencadeada [...] A política de dissuasão nuclear da Rússia é puramente defensiva por natureza, e o uso hipotético de armas nucleares é claramente limitado a circunstâncias extraordinárias no âmbito de objetivos puramente defensivos", disse Zakharova.

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Falando da situação na Ucrânia, a represente da chancelaria revelou que "o regime de Kiev, para agradar ao Ocidente, rejeita persistente e fundamentalmente qualquer possibilidade de negociações" com a Rússia.

Ela acrescentou também que as autoridades ucranianas tentam imitar uma investigação sobre a destruição da usina hidrelétrica de Kakhovka, na sequência da qual muitos territórios ficaram inundados.

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"Eles [Ucrânia] rejeitaram de forma grosseira a iniciativa do presidente turco de criar uma comissão internacional", explicou Zakharova.

Tocando a informação recentemente obtida pela Sputnik de uma fonte diplomática em Washington de que os Estados Unidos forçam os representantes de Nagorno-Karabakh a se reunirem com o lado azerbaijano e ameaçam com uma "operação antiterrorista" caso eles recusem, Zakharova disse:

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"Estamos realmente preocupados. Se esses fatos forem confirmados – e acho que o lado americano é obrigado a comentá-los – acho que eles prejudicarão mais uma vez sua reputação como mediador".

Moeda do BRICS

O dólar não é mais capaz de ser uma moeda global, disse Maria Zakharova nos bastidores do fórum.

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Daí as tentativas dos países de passar para moedas nacionais, de forma a evitar a prestação de contas ao Tesouro dos EUA. Daí também as intenções de organizações regionais, como o BRICS, de desenvolver sua própria moeda, acrescentou ela.

Além disso, durante o fórum, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Aleksandr Pankin admitiu que a moeda única do BRICS é uma perspectiva distante, por enquanto há discussões sobre os meios de pagamento para realizar transações entre os membros do grupo.

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O BRICS reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Vários outros países pretendem se juntar ao bloco econômico, inclusive a Argentina, o Irã e, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a China, Indonésia, Turquia, Arábia Saudita e Egito. 

"Provavelmente, se é uma perspectiva, então é muito distante, com muitos obstáculos", disse Pankin aos repórteres.

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De acordo com o alto diplomata, uma moeda única do BRICS é uma ideia interessante, mas para implementá-la os bancos centrais dos cinco países do BRICS devem alinhar suas moedas, criando uma estrutura semelhante ao Banco Central Europeu.

Ele observou que uma moeda única é uma questão complicada, enquanto uma unidade de troca – "como o rublo conversível, o ECU [Unidade Monetária Europeia], como DES [Direitos Especiais de Saque]" – é possível, a questão está sendo discutida para facilitar a interação de uns com os outros, mas sem infringir a soberania nacional de emitir sua própria moeda.

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