Revista que influi na política externa dos EUA questiona se a Ucrânia deve negociar com a Rússia

Assinado pelo deputado da Ucrânia Dmytro Natalukha, o artigo vê como fundamental a deposição de Putin: “uma política ocidental unificada sobre Putin é crucial”

(Foto: Sputnik / Pavel Bednyakov)


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247 - A revista estadunidense Foreign Affairs, voltada para relações exteriores e vista como de grande influência na diplomacia dos Estados Unidos, publicou artigo nesta quinta-feira (13) do deputado ucraniano Dmytro Natalukha respondendo a outro artigo, do analista Samuel Charap, propondo que a Ucrânia negocie o fim da guerra com a Rússia. No entanto, a publicação coloca como vital a retirada do presidente do russo, Vladimir Putin, do poder. “Uma política ocidental unificada sobre Putin é crucial. Se o objetivo é impedir que a Rússia ameace as democracias em todo o mundo, permitir que chegue a um armistício com a Ucrânia não adiantará muito. A Ucrânia e seus aliados devem ter como objetivo tornar a Rússia menos antiocidental. Independentemente do que aconteça na mesa de negociações, portanto, Putin não pode permanecer no poder”.

“Algumas autoridades ocidentais temem que tal política seja um convite a uma incerteza perigosa. Quem sucederia a Putin e como essa pessoa se comportaria não se sabe com antecedência, e alguns analistas alertaram que o colapso do regime de Putin após uma derrota militar poderia desencadear a dissolução da Rússia como o mundo a conhece hoje. Esses temores impediram os governos ocidentais de fornecer armas a Kiev em quantidades suficientes para vencer a guerra. O efeito foi prolongar o conflito e torná-lo mais caro para a Ucrânia e para o mundo”, complementa o texto.

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A publicação defende que o sucessor de Putin seja escolhido com aval da Ucrânia, como maneira de garantir que o país não seja novamente alvo de investidas russas no futuro. O texto do parlamentar defende subjugar a Rússia como passo fundamental das negociações: “a Rússia deve fazer uma mudança igualmente fundamental em suas políticas doméstica e externa antes de retornar à comunidade de nações responsáveis. Em primeiro lugar, os líderes de uma Rússia pós-Putin teriam de desmilitarizar o país, direcionando fundos do exército para serviços sociais desesperadamente necessários. Além disso, eles teriam que reduzir a máquina de propaganda estatal da Rússia, que gera ódio e hostilidade. Enquanto o Kremlin se opuser à comunidade transatlântica ocidental à qual pertence a Ucrânia, uma paz duradoura permanecerá impossível. Por essas razões, a guerra continuará até que a Rússia seja derrotada e o regime de Putin caia. A única pergunta é: quanto tempo isso vai durar?”.

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