Rebeldes britânicos convocam caos pela web

Na segunda reportagem da srie, direto de Londres, Diego Iraheta revela como osindignados da Inglaterra esto utilizando as redes sociais para anarquizar o Reino Unido; chamasse espalham eDavid Cameron interrompe suas frias



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Diego Iraheta - “Todo mundo de todas partes de Londres, vamos nos encontrar no coração da cidade: Oxford Circus!!, as lojas serão arrombadas; então, venha pegar algumas (coisas de graça!!!), f***-se os policiais, nós vamos fazê-los recuar com a NOSSA manifestação”. Esta mensagem, enviada no domingo por centenas de usuários de celular, mostra o papel da tecnologia na organização da desordem (!) nas ruas de Londres. De acordo com a Polícia Metropolitana, o bate-papo instantâneo do BlackBerry – BlackBerry Messenger – foi o canal mais utilizado para planejar os saques de ontem na capital.

Desde o fim de semana, jovens usando máscara já atearam fogo em edifícios, invadiram lojas e roubaram mercadorias em pelo menos seis cidades da Inglaterra. De acordo com a agência Ofcom, reguladora independente das telecomunicações no Reino Unido, quase 40% dos adolescentes britânicos com smartphone possuem um BlackBerry. Como o envio de SMS é cobrado pelas operadoras, eles optam por se comunicar com os amigos pelo chat gratuito do aparelho.

Policiais acreditam que os vândalos recorreram ao telefone móvel para planejar os ataques porque não é possível rastrear a troca de mensagens via BlackBerry Messenger. A Scotland Yard já havia advertido publicamente que estava vigilante nas redes sociais, de olho em posts ou tuítes que incitassem violência.

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Agora de manhã, um movimento alternativo está bombando as redes sociais como forma de protesto contra a violência no Reino Unido. O “Riot Clean Up” (Limpeza da Bagunça) convoca a população a ajudar comerciantes que tiveram os estabelecimentos depredados nos últimos dias. Já há voluntários chegando a focos de tumulto de ontem, como os bairros de Hackney, Camden e Clapham Junction.

Centenas de londrinos interessados em ajudar estão acompanhando o Twitter pela hashtag #riotcleanup para saber os pontos de encontro da ‘limpeza’. “Blackberry Messenger usado para coordenar os tumultos de Londres. Twitter usado para coordenar a limpeza da bagunça. A polícia usa fax”, ironizou o tuiteiro Tom Evans.

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Assista a vídeo da baderna londrina:

 

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Leia, abaixo, o primeiro texto de hoje de Diego Iraheta sobre o caos na Inglaterra:

Diego Iraheta - O fogo de Londres se espalha pelo Reino Unido e alimenta o inferno astral do premiê britânico, David Cameron. Em menos de três semanas, o conservador já teve que antecipar o fim de duas viagens para contornar crises. No dia 19 de julho, partiu às pressas da África, onde estava em missão oficial, para dar satisfação ao Parlamento britânico sobre sua relação com figurões do escândalo dos grampos, orquestrados pela redação do News Of The World, de Rupert Murdoch. Agora, Cameron encurtou as férias de verão na Itália para apagar (literalmente) o incêndio mais longo da Grã-Bretanha nos últimos tempos.

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Nesta manhã, o primeiro-ministro coordena uma reunião do gabinete de emergência de Downing Street para intensificar a força-tarefa contra a onda de violência que já atingiu Birmingham, a segunda maior cidade do Reino Unido, Liverpool, Manchester, Bristol e Nottingham. A Polícia Metropolitana colocou 1,7 mil policiais nas ruas do país para prevenir os saques e conter criminosos. Mais de 300 pessoas já foram presas.

“A violência que nós estamos vendo é simplesmente injustificável. Pessoas comuns tiveram a vida virada de cabeça pra baixo por essa brutalidade irracional”, afirmou a comandante Christine Jones, da Scotland Yard. Ontem à noite, diversas estações do metrô foram fechadas por causa dos ataques. Em Croydon, no sul de Londres, os baderneiros botaram fogo em uma loja de sofás. O fogo se disseminou por outros prédios da vizinhança. Em Enfield, o alvo foi uma loja da Sony, tomada pelas chamas durante a madrugada.

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Jovens mascarados são os autores dos crimes mais recentes que perturbam os britânicos em várias partes do país. De acordo com as autoridades, o fator que desencadeou o primeiro confronto com policiais, no sábado – a morte de Mark Duggan – não tem qualquer relação com as ocorrências de ontem. “São assaltos e atos de violência desnecessários e oportunistas – nada mais, nada menos”, resume o deputado Nick Clegg, liberal democrata que apoia a coalizão de Cameron. Morador de uma comunidade afrobritânica, Duggan foi baleado por policiais na última quinta-feira.

Num momento em que as chamas do Reino Unido ganham os holofotes do mundo, os britânicos esperam uma ação rápida e enérgica de David Cameron para debelar a crise. A proximidade das Olimpíadas, no ano que vem, e o consequente incremento no fluxo de pessoas na Inglaterra exigem um esquema de segurança de primeiro mundo. Um cenário que não lembra nem de perto a esfumaçada e tumultuada Londres dos últimos três dias.

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