Putin no SPIEF: sistema internacional neocolonial 'inerentemente ruim' deixou de existir

Na opinião do presidente da Rússia, os EUA estão minando a confiança na sua própria moeda usando o dólar como instrumento geopolítico

(Foto: Sputnik / Pavel Bednyakov)


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Sputnik - O presidente russo destacou os feitos econômicos atingidos pela Rússia desde o começo da operação especial na Ucrânia, dando como um dos destaques a taxa de desemprego.

 O desemprego na Rússia atingiu os valores mais baixos de todos os tempos, destacou na sexta-feira (16) Vladimir Putin, presidente do país, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPEIF, na sigla em inglês).

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 "O desemprego está em 3,3%. Nunca esteve tão baixo antes", disse Putin.

 A estratégia escolhida pelas autoridades e empresas russas no ano passado funcionou e está ganhando força, assegurou.

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 "Falando desta tribuna no ano passado, apresentei minha visão dos desafios que a Rússia e praticamente o mundo inteiro enfrentam. Falei detalhadamente naquela ocasião sobre nossas ações destinadas a garantir o desenvolvimento soberano, confiante e de longo prazo do país [...] Hoje, estimados colegas, senhoras e senhores, amigos, hoje é possível dizer com confiança: a estratégia escolhida pelo Estado e pelas empresas na Rússia funcionou."

 O presidente russo, Vladimir Putin, chamou a política macroeconômica estável de uma vantagem da Rússia e destacou que a inflação no país é menor do que no Ocidente, perto do mínimo histórico.

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 A Rússia está sendo obrigada a aumentar os gastos com defesa para garantir a segurança do país, declarou.

 "As possibilidades financeiras do Estado permitem conduzir uma política constante em direção à justiça social, reduzindo a pobreza e a desigualdade", apontou o presidente.

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 A Rússia nunca expulsou ninguém do mercado russo, e todos tiveram o direito de escolher, disse.

 "Muitas marcas estrangeiras vendem há muito tempo produtos que são inteiramente produzidos em nossas instalações. Em essência, são produtos russos, apenas com logotipos estrangeiros, portanto, sua produção não será interrompida com a saída dos proprietários da marca, apenas o logotipo muda, e os lucros desse negócio permanecem em nosso país", adicionou.

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 Sobre a redução da dependência do petróleo e gás, o chefe de Estado afirmou que esta tendência está ganhando força.

 "As possibilidades financeiras do Estado permitem conduzir uma política constante em direção à justiça social, reduzindo a pobreza e a desigualdade", apontou o presidente, destacando a redução do número de pessoas abaixo do limiar de pobreza em 1,7 milhão de pessoas em 2022.

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 Os empréstimos bancários para habitação também estão crescendo a uma taxa mais rápida, mais de 18%", referiu ele.

 Putin apontou que o país espera um crescimento do PIB em cerca de 2% no final de 2023, sendo que até abril, indicou, ele cresceu 3,3%.

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 "Inerentemente ruim, o sistema internacional neocolonial deixou de existir", comentou Putin sobre o reforço do mundo multipolar.

 Putin sobre a Ucrânia

 A guerra na Ucrânia foi iniciada pelo regime de Kiev com o apoio de seus patrocinadores no Ocidente, declarou o presidente da Rússia.

 "Recentemente me reuni com nossos correspondentes de guerra e, respondendo a uma pergunta semelhante, lembrei a eles que a guerra na Ucrânia, no Sudeste da Ucrânia, foi iniciada pelo regime ucraniano com o apoio de seus patrocinadores no Ocidente em 2014. Mas ninguém tenta falar sobre isso no Ocidente. Mas tenho que lembrar: foram usados tanques, a aviação e artilharia no noroeste contra Donbass. O que é isso senão uma guerra? É uma guerra. E ela durou quase nove anos", questionou Putin.

 "Eles não atingiram seus objetivos em nenhuma zona. Suas perdas são de fato muito altas. Cerca de dez para uma em comparação com o Exército russo. Isso é um fato", resumiu, mencionando perdas de 186 tanques e 418 veículos blindados por parte das forças de Kiev durante a contraofensiva.

 "Em breve, a Ucrânia deixará de usar suas próprias armas, não resta a eles mais nada. Tudo aquilo com que eles lutam, tudo o que eles usam, eles trazem de fora. Não é possível lutar por muito tempo dessa maneira", opinou.

 O presidente afirmou que as tentativas de Kiev de efetuar uma contraofensiva "não têm chances".

 Durante a sessão plenária, foi exibido a pedido de Vladimir Putin um vídeo sobre as atrocidades cometidas pelos grupos armados de Stepan Bandera durante a Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados). Bandera é altamente respeitado entre os círculos nacionalistas e neonazistas ucranianos.

 "São estes os heróis da Ucrânia hoje. São eles que as autoridades ucranianas de hoje protegem, tanto pessoalmente quanto em sua ideologia. Como podemos não lutar contra isso? Somos obrigados a combatê-lo", comentou o presidente russo.

 "Temos todo o direito de considerar que a tarefa que estabelecemos de desnazificação da Ucrânia é uma das principais."

 Se a Ucrânia receber caças F-16 e os usar em combate, e eles estiverem baseados fora da Ucrânia, a Rússia tem opções, continuou.

 "Mas se eles estiverem destacados em bases aéreas fora da Ucrânia e forem usados nas hostilidades, teremos que analisar como eliminar e onde eliminar esses meios, que são usados em hostilidades contra nós. Esse é um sério perigo de arrastar ainda mais a OTAN para esse conflito armado", assinalou Putin, prevendo não haver "dúvida" que os tanques Leopard sofrerão o mesmo destino.

 Em vez de falarem com a Rússia, os EUA escolheram o caminho de fornecer armas a Kiev, mas Moscou responderá destruindo todos esses armamentos, de acordo com o alto responsável.

 Quanto aos ataques à região de Belgorod e contra o Kremlin, "essa é uma tentativa de nos provocar a realizar ações de retaliação, ações já sérias e poderosas. Trata-se de uma tentativa de danificar o Kremlin, a residência do presidente da Federação da Rússia, ataques à região de Belgorod e regiões vizinhas, tudo isso é uma tentativa de nos provocar a retaliar", sugeriu ele.

 Foi a falta de vontade de Kiev e de seus aliados ocidentais de resolver pacificamente a situação em Donbass que motivou o começo da operação especial, disse o presidente, adicionando que "eles [os países ocidentais] só se beneficiam da crise atual na Ucrânia. Essa é uma desculpa para encobrir seus erros econômicos, tanto na área energética, quanto financeira".

 A Rússia no mundo

 Na opinião do presidente da Rússia, os EUA estão minando a confiança na sua própria moeda usando o dólar como instrumento geopolítico. Como prova disso, citou a redução dos ativos em dólares e euros nas grandes economias mundiais, enquanto os ativos internacionais em yuans e moedas de países árabes crescem, havendo ainda discussões de criar moedas regionais na América Latina e na Ásia.

 Sobre as armas nucleares da Rússia, "temos mais armas desse tipo do que os países da OTAN. Eles sabem disso e continuam nos dizendo para iniciarmos negociações sobre reduções. Eles que se lixem, como o nosso povo costuma dizer". Putin vê as armas nucleares como garantia da integridade territorial da Rússia, e comentou ainda a implantação de armas nucleares russas em Belarus.

 "São precisamente um elemento de dissuasão. Para que todos aqueles que estão pensando em nos infligir uma derrota estratégica não se esqueçam desse fato", lembrou ele.

 O SPEIF decorre de quarta-feira (14) a sábado (17).

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