Putin escolheu o momento perfeito para revelar detalhes sobre o agora extinto tratado com a Ucrânia, afirma Andrew Korybko
Putin afirmou que o tratado havia sido assinado pelo lado ucraniano, mas foi descartado em resposta à pressão do Eixo Anglo-Americano
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247 – Segundo o escritor e analista geopolítico Andrew Korybko em um artigo publicado em seu Substack, o presidente Putin surpreendeu os convidados da delegação de paz africana no sábado ao revelar detalhes sobre o tratado com a Ucrânia, que agora está extinto. Korybko destaca que o tratado proposto teria reafirmado a neutralidade na constituição ucraniana e limitado o número de suas forças militares.
De acordo com o autor, Putin afirmou que o tratado havia sido assinado pelo lado ucraniano, mas foi descartado em resposta à pressão do Eixo Anglo-Americano (AAA). Ele enfatiza que a Rússia havia retirado suas tropas de Kiev como um gesto de boa vontade acordado, e a recusa da Ucrânia em cumprir o tratado marcou o início da guerra proxy entre a OTAN e a Rússia.
Korybko argumenta que o AAA, surpreendido pela iniciativa do presidente Putin de evitar antecipadamente a reconquista de Donbass por Kiev, viu uma oportunidade de enfraquecer a Rússia ao perpetuar o conflito. O autor sugere que o AAA calculou que a pressão combinada da guerra proxy e das sanções levaria rapidamente ao colapso da Rússia, mas observa que isso não aconteceu.
O texto destaca que, nos quinze meses seguintes, os países do Sul Global sofreram mais do que a Rússia, enfrentando crises de alimentos e combustíveis devido às restrições unilaterais impostas pelo Ocidente em suas transações financeiras. O chamado "acordo de grãos" também falhou em aliviar o sofrimento desses países, uma vez que a Ucrânia não enviou seus suprimentos como acordado.
Andrew Korybko ressalta que alguns líderes desses países buscaram uma missão de paz para convencer ambos os lados do conflito a concordar com um cessar-fogo e outras medidas de desescalada. O presidente Putin, ciente do motivo de sua visita, aproveitou a oportunidade para provar que a Rússia não era responsável pela crise alimentar. O autor destaca a importância da Rússia expandir suas relações com a África, considerando-a um polo emergente na transição sistêmica global para a multipolaridade.
O texto argumenta que Putin escolheu o momento perfeito para revelar os detalhes sobre o tratado extinto, a fim de mostrar que Kiev e seus patronos do AAA são responsáveis por interromper as importações de grãos da Europa Oriental para a África. Korybko destaca que o contexto da contraofensiva desastrosa apoiada pela OTAN de Kiev permitiu ao presidente russo mostrar aos ocidentais comuns que essa catástrofe poderia ter sido evitada se o AAA não tivesse interferido no processo de paz russo-ucraniano.
O autor conclui mencionando a possibilidade de as negociações serem retomadas no inverno, após o fracasso da contraofensiva de Kiev. Ele destaca que a delegação de paz africana pode ser solicitada por ambos os lados a mediar informalmente, e ao informá-los sobre os detalhes do acordo assinado descartado pela Ucrânia sob pressão do AAA, eles poderão facilitar as conversações de forma mais eficaz.
Segundo Andrew Korybko, Putin esperou até agora para revelar os detalhes do tratado a fim de tranquilizar os parceiros africanos da Rússia de que o país não é responsável pela crise alimentar. Ele destaca que o próximo round de guerra de informações, que provavelmente começará quando o "acordo de grãos" expirar no próximo mês, será contestado, e ao compartilhar provas com a delegação de paz africana, Putin garante que eles não serão enganados.
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