Primeiro-ministro chinês visita Alemanha com objetivo de consolidar relações

É a primeira visita de Li Qiang ao exterior desde que assumiu o cargo

Li Qiang, primeiro-ministro da China
Li Qiang, primeiro-ministro da China (Foto: Global Times)


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Global Times - O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, chegou a Berlim, capital da Alemanha, no domingo (18),, para uma visita oficial, uma viagem que, segundo ele, consolidará a amizade tradicional dos dois países e impulsionará novos desenvolvimentos nas relações bilaterais.

Especialistas disseram que a primeira viagem de Li ao exterior desde que se tornou primeiro-ministro chinês permitirá à Alemanha enfrentar o futuro das relações bilaterais de forma mais racional, com base nos interesses de ambos os países, e evitar ideologizar todas as questões ou comprometer sua autonomia estratégica. 

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Após sua chegada, Li disse que, nos últimos anos, o relacionamento China-Alemanha teve um progresso constante e a cooperação bilateral foi continuamente aprofundada e expandida, com novas conquistas em áreas como economia e comércio, tecnologias, relacionamento interpessoal pessoas e intercâmbios culturais, bem como o desenvolvimento verde.

A China está pronta para se envolver em intercâmbios francos e profundos com a Alemanha com base nos princípios de respeito mútuo, buscando um terreno comum enquanto reserva as diferenças e alcançando benefícios mútuos e resultados ganha-ganha, para explorar ainda mais o potencial de cooperação, lidar adequadamente com as diferenças e enriquecer sua parceria estratégica abrangente, disse Li.

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Li se reuniu com o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier no palácio presidencial na segunda-feira e disse que a China sempre atribui grande importância às relações China-Alemanha e que sua visita à Alemanha e co-presidência da sétima consulta intergovernamental China-Alemanha com o chanceler alemão Olaf Scholz visa implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de estado, aumentar continuamente a confiança e esclarecer dúvidas, explorar novas oportunidades de cooperação bilateral, enriquecer a conotação da parceria estratégica geral China-Alemanha e contribuir para o desenvolvimento de ambos países e a recuperação econômica global.

Observando que não há conflito fundamental de interesses entre a China e a Alemanha, e que os dois países têm uma base sólida para a cooperação e um forte ímpeto para o desenvolvimento, Li disse que a China está cheia de confiança na perspectiva de cooperação bilateral.

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De sua parte, Steinmeier pediu a Li que transmitisse seus sinceros cumprimentos ao presidente Xi, dizendo que a Alemanha está disposta a ser um parceiro confiável da China para salvaguardar conjuntamente a liberalização do comércio e enfrentar desafios como a mudança climática.

Ele disse que a Alemanha se opõe à dissociação e qualquer forma de confronto e está disposta a fortalecer a comunicação com a China para fazer esforços conjuntos para promover a paz e o desenvolvimento mundial.

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Os especialistas observaram que a visita de Li carrega um significado relevante na continuação dos intercâmbios de alto nível. Reflete a estabilidade das relações bilaterais e indica uma forte necessidade mútua, conforme evidenciado pela rápida retomada da comunicação em vários campos após a pandemia do COVID-19. 

Scholz foi o primeiro líder europeu a visitar a China após o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, e a viagem de volta de Li ilustra a alta consideração da China por esse relacionamento. "Isso mostra que a cooperação e a comunicação continuam sendo os aspectos fundamentais da relação China-Alemanha", disse Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China, ao Global Times na segunda-feira. 

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O primeiro-ministro chinês também realizará a sétima consulta intergovernamental China-Alemanha durante a visita, que será a primeira vez que os governos recém-formados dos dois países se comunicarão de maneira tão abrangente, disse Li em sua chegada.

Segundo a Reuters, a reunião acontecerá na terça-feira na chancelaria, antes que Li e os ministros chineses de comércio e reforma participem do fórum China-Alemanha para cooperação econômica e tecnológica.

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A consulta foi adiada em anos anteriores devido ao COVID-19, e esta rodada de consultas enviará um sinal claro para o mundo exterior de que as trocas governamentais de alto nível China-Alemanha voltaram ao normal e que a vontade de ambos os lados de se comunicar permanece forte, apesar das mudanças no governo alemão e da pressão dos EUA, observaram especialistas. 

Li observou que o mundo hoje entrou em um novo período de turbulência e mudanças, e quanto mais caos e mudanças este mundo testemunhar, mais forte deve ser defendida a necessidade de as pessoas dos dois países levarem adiante sua amizade tradicional, aumentarem os intercâmbios e cooperação, reunir sua sabedoria, superar desafios e aproveitar as oportunidades.

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A reunião com a China ocorre num momento em que a Alemanha enfrenta um "ato de equilíbrio complicado", pois busca manter bons laços com seu maior parceiro comercial e, ao mesmo tempo, aderir ao compromisso do Grupo dos Sete (G7) de "reduzir o risco" de Pequim, Reuters informou na quinta-feira.

Na quarta-feira passada, a Alemanha divulgou sua primeira estratégia de segurança nacional abrangente, que, embora contenha forte retórica contra a China, defendeu a cooperação e destacou que a Alemanha não está buscando "desvinculação" do país, mostrando que Berlim está sendo pragmática e cautelosa ao lidar com a China quando confrontados com a pressão dos EUA, observaram analistas.

"A Alemanha busca uma posição delicada entre seus próprios interesses de desenvolvimento, os benefícios trazidos pela parceria com a China e a pressão exercida pelos EUA; entre sua postura política e as necessidades econômicas e comerciais; e, por último, entre os interesses de diferentes partidos e departamentos dentro o governo", explicou Cui. 

Mas, em última análise, os especialistas acreditam que Berlim baseará suas escolhas em seus próprios interesses, mesmo que às vezes tenha que acalmar os EUA e fazer concessões em termos de política e valores. 

A viagem do primeiro-ministro chinês desta vez também transmitirá algumas mensagens importantes para a Alemanha. "Diremos a Berlim alto e claro que a China não é uma ameaça, como alguns percebem, mas um parceiro para buscar cooperação comum, e nossa cooperação é baseada no benefício mútuo e não atende a interesses unilaterais", disse Sun Keqin, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, ao Global Times na segunda-feira.

"Além disso, devemos pensar se o mundo deve caminhar para a paz ou para uma nova guerra fria. A Alemanha, como um país que depende fortemente do comércio internacional, certamente não ganhará com este último", observou Sun. 

Os dois lados provavelmente discutirão o aprofundamento da cooperação em desenvolvimento verde, já que a mudança climática está no centro da estratégia de desenvolvimento dos dois países, bem como um novo potencial na busca de projetos de cooperação na África e na América Latina, já que essas regiões geralmente têm laços mais estreitos com Pequim do que com o Ocidente, acrescentou o especialista. 

"Com os EUA intensificando seus esforços para persuadir a Europa, a viagem de Li permite que ambos os lados enfrentem a realidade e o futuro de forma mais racional e com base nos interesses dos dois países", disse Sun.

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