Petrolíferas armaram invasão do Iraque

Jornal ingls aponta provas de que a invaso do Iraque foi tramada por empresas de petrleo, como a BP, com apoio dos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 (com informações da Agência Estado) – Cento e nove mil mortos depois, sabe-se agora que a invasão do Iraque, numa operação comandada por tropas dos Estados Unidos e da Inglaterra em 2003, foi urdida por grandes empresas de petróleo, como a BP. Embora Estados Unidos e Inglaterra rejeitem essa suposição, a dúvida cresceu ainda mais quando ficou claro que Saddam Hussein, ex-presidente americano, que terminou enforcado, não possuía as armas de destruição em massa usadas como justificativa para a invasão de Bagdá. Agora, documentos secretos citados por uma reportagem do jornal britânico The Independent mostram que as declarações públicas do governo britânico conflitam com as decisões tomadas em reuniões privadas.

Segundo o jornal, os documentos não fazem parte das provas do Inquérito Chilcot, que investiga a participação da Grã-Bretanha na guerra do Iraque e ainda está em andamento. Eles foram obtidos pelo ativista Greg Muttitt, autor do livro "Fuel on the Fire" (Lenha na Fogueira, em tradução livre), que será lançado nesta sexta-feira na Grã-Bretanha e na Índia. E reforçam os argumentos dos milhares de britânicos que foram às ruas carregando cartazes “No Blood for Oil” – “sem sangue por petróleo” – em protestos contra a invasão.

Em 2003, a petrolífera Shell considerou "altamente imprecisos" os relatos das negociações com o governo britânico sobre o Iraque, enquanto a British Petroleum (BP) negou ter quaisquer "interesses estratégicos" no país. Já o então primeiro-ministro Tony Blair chamou a "teoria da conspiração do petróleo" de um grande absurdo. No entanto, documentos conseguidos por Muttitt e entrevistas feitas por ele dão uma visão diferente dos fatos. Segundo o diário, cinco meses antes da invasão de 2003, a baronesa Symons, então ministra do Comércio, disse à BP que o governo acreditava que as empresas de energia britânicas deveriam receber uma parte das enormes reservas de gás e petróleo iraquianas como uma recompensa pelo compromisso militar de Tony Blair com os planos norte-americanos de mudar o regime no Iraque.

continua após o anúncio

Os documentos mostrariam que Symons concordou em fazer lobby em nome da BP porque a gigante britânica temia ficar de fora dos acordos que Washington estava fazendo, silenciosamente, com governos da França e da Rússia e suas empresas de energia. A BP temia que, se Washington permitisse que o contrato da TotalFinaElf com Saddam Hussein fosse mantido após a invasão, ele faria do conglomerado francês a principal empresa de petróleo do mundo.

Muttitt conseguiu mais de mil documentos com a agência de Liberdade de Informação britânica nos últimos cinco anos, que revelam a realização de pelo menos cinco reuniões entre funcionários públicos, ministros e representantes da Shell e da BP no final de 2002. O jornal lembra que os contratos de 20 anos assinados após a invasão do Iraque foram os maiores da história da indústria petrolífera.

continua após o anúncio

As informações sobre a real motivação dos governos britânico e norte-americano sobre a invasão do Iraque também coloca em dúvida a ação internacional contra a Líbia. O país de Muamar Kadafi também possui reservas gigantescas de petróleo.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247