Pentágono admite frustração com contraofensiva ucraniana
Washington fornece bombas de fragmentação à Ucrânia após decepção com resultados da contraofensiva de Kiev
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247 - O Pentágono admitiu estar desapontado com os resultados da contraofensiva ucraniana de verão, o que influenciou parcialmente a decisão de Washington de fornecer à Ucrânia munições de cluster controversas. O Subsecretário de Defesa para Política dos EUA, Colin Kahl, afirmou em entrevista coletiva na sexta-feira (7), que a decisão foi influenciada pela "urgência do momento", informa o RT. Kahl acrescentou que a entrega das munições convencionais aprimoradas de uso duplo (DPICM, na sigla em inglês) foi motivada pela necessidade de garantir que os ucranianos tenham artilharia suficiente para se manterem na luta, considerando a atual contraofensiva que está avançando mais devagar do que o esperado.
Kahl admitiu que "os russos têm tido mais sucesso em cavar trincheiras profundas do que se aprecia". Ele também reconheceu que as munições de cluster servirão como uma "ponte" até que os EUA e seus aliados possam aumentar a produção de projéteis de artilharia convencional de 155mm para a Ucrânia.
Após vários adiamentos, a contraofensiva ucraniana teve início em 4 de junho, com um ataque fracassado às posições russas perto de Donetsk, de acordo com o Ministério da Defesa russo. Superados pela artilharia russa e sem apoio aéreo, as brigadas treinadas pela OTAN avançaram através de campos minados colocados pelos russos, sofrendo pesadas baixas. O Ministério da Defesa russo estimou no final do mês passado que a Ucrânia perdeu cerca de 13.000 soldados e quase 250 tanques entre 4 e 21 de junho.
Apesar dessas perdas significativas, Kahl afirmou na sexta-feira que as forças de Kiev ainda estão "explorando pontos fracos" na rede defensiva russa em várias camadas, e que a maioria do poder de combate da Ucrânia "ainda não foi utilizado".
De acordo com relatos da mídia americana nas últimas três semanas, autoridades americanas têm se mostrado decepcionadas com a falta de progresso. Enquanto isso, autoridades ucranianas alternaram entre afirmar que a verdadeira contraofensiva ainda está por vir e culpar o Ocidente por não fornecer armas suficientes para garantir o sucesso.
As munições de cluster são proibidas em mais de 120 países, pois quando detonam, dispersam vários pequenos "submunições" em uma área ampla, representando riscos graves para civis por anos após o fim dos combates. Os EUA não são signatários dessa proibição, mas mantêm uma restrição à exportação de munições com uma taxa de falha superior a 1%.
Biden abriu mão dessa restrição para fornecer munições DPICM à Ucrânia com base em um conselho "unânime" de sua equipe de segurança nacional, conforme afirmou o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, aos repórteres na sexta-feira. Segundo Kahl, os projéteis DPICM enviados a Kiev terão uma taxa de falha de até 2,35%.
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