Para os latinos, governos queimam dinheiro

Pesquisa do Latinobarometro aponta uma queixa comum entre os latino-americanos: o mau uso dos recursos pblicos

Para os latinos, governos queimam dinheiro
Para os latinos, governos queimam dinheiro (Foto: Divulgação)


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Claudio Julio Tognolli_247 - O brasileiro acha que o seu governo não dá ao dinheiro o valor que ele merece. A conclusão brota de uma pesquisa divulgada neste final de semana pela ONG Latinobarometro, com base em Santiago, no Chile. Existente desde 1995, o Latinobarometro realizou pesquisas em 18 países da América Latina, com 20.204 entrevistados, pessoalmente, no período entre 15 de julho e 16 de agosto passado. Com uma margem de erro em torno de 3%, 96% do pesquisados ouvidos pela ONG, no Brasil, dizem que os impostos são extremamente altos e apenas 13% desses ouvidos acham que o governo brasileiro vai gastar bem esse dinheiro amealhado com as taxas públicas. Ainda segundo a pesquisa, no Brasil apenas 20% dos entrevistados acham que a distribuição de renda no seu país é justa. Foi o segundo lugar no continente nesse tipo de descontentamento, cujo recorde foi obtido no Equador, em que 43% acreditam que o populista presidente Rafael Correa é um justo distribuidor de renda. O que chama a atenção dos ouvidos no Brasil é que apenas 45% dos entrevistados se consideram democratas convictos, uma queda de 9 pontos percentuais em relação à mesma pesquisa realizada no ano passado.

O que chama mais atenção da pesquisa do Latinobarometro é que nos 18 países pesquisados apenas 39% dos entrevistados se dizem satisfeitos com a democracia instalada em seus países, uma queda de 5 pontos percentuais em relação ao ano passado. A pior queda foi no Chile: apenas 32% dos chilenos se consideram satisfeitos com sua democracia, ao contrário dos 56% registrados no ano passado. A pesquisa mostra que há também uma queda brutal no número de entrevistados que acham que seu país está obtendo progresso. No ano passado no Brasil 66% dos entrevistados acreditavam na ideia do progresso no país. Esse número caiu agora para 50%; no Chile a crença no progresso teve o pior registro do continente: 55% acreditavam no progresso do governo em 2010, e em 2011 esse registro teve uma queda de 26 pontos percentuais. Outro dado que chama atenção é a liderança do Chile no descrédito na Igreja católica: no ano passado 62% dos entrevistados botavam fé nela e esse número é agora de 38%.

Em toda América Latina, o que mais preocupa a todos é a criminalidade. 28% dos entrevistados dizem que o crime é o maior problema de seu país. Mas a maior reclamação do brasileiro, registra a pesquisa, é contra a qualidade do sistema de saúde. Segundo Marta Lagos, diretora do Latinobarometro, a maior reclamação vem justamente da nova classe média, que tem encontrado cada vez mais dificuldades em manter o nível social recentemente conquistado.

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