Organização de Cooperação de Xangai pode ser uma "mini-ONU" sem os EUA e a Europa
Associação pode definitivamente ter uma perspectiva mais ampla e fazer parte de algum formato global de nações não ocidentais

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Sputnik Mundo - Se a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) busca ter um impacto significativo no mundo, a maneira mais ousada é evoluir para uma aliança global, disse Robinder Sachdev, analista de geopolítica. O especialista especificou que a associação pode se tornar a "mini Nações Unidas".
"Uma organização globalizada desse tipo pode ter como membros nações não estadunidenses e não européias, com as portas abertas posteriormente para que as nações ocidentais também se juntem. Seguindo o modelo da ONU, as regras e práticas da OCX devem ser equitativas e democráticas, e baseadas na realidade do século 21", explicou Sachdev.
No entanto, segundo o especialista, há três decisões fundamentais que a OCX terá que esclarecer com seus membros e com o mundo antes de poder se expandir:
- 1. A OCX tem uma agenda militar contra o Ocidente?
- 2. A OCX é uma organização que assumirá uma posição antiocidental em todas as questões?
- 3. Os países não ocidentais da Ásia, África e América Latina que são pró-ocidentais podem ingressar na OCX?
Ele também enfatizou que a associação pode definitivamente ter uma perspectiva mais ampla e fazer parte de algum formato global de nações não ocidentais.
“Poderia ter um Conselho de Segurança, uma Assembleia Geral, até mesmo criar uma Força de Paz e ser um modelo de mini-ONU, que poderia colaborar e ajudar a ONU a lidar com os desafios globais”, disse Sachdev.
Outra opção seria a OCX continuar em seu caminho atual, adicionar mais alguns países e trabalhar em questões regionais, como vem fazendo até agora.
“No entanto, a OCX terá que esclarecer as questões acima mais cedo ou mais tarde, caso contrário, enfrentará contradições entre seus membros que podem até fazer com que perca sua relevância e impacto no futuro”, concluiu.
Mais e mais países querem aderir à OCX
Em 29 de abril, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que cada vez mais países do Sul Global desejam se unir à OCX e aos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e se tornar membros plenos. Em suas palavras, ao fazê-lo, Estados com sistemas políticos e econômicos diferentes, com valores e plataformas civilizacionais distintos, poderiam cooperar efetivamente em uma ampla gama de setores.
Fundada em 2001, a OCX compreende hoje nove Estados-membros: China, Irã, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão. O Irã se tornou o mais novo membro da organização. Durante a cúpula realizada em setembro de 2021 na capital do Tajiquistão, Dushanbe, a OCX iniciou o processo de admissão do Irã. No final de 2022, o Parlamento iraniano aprovou a lei de adesão do país à associação.
Afeganistão, Belarus e Mongólia participam como observadores e mais seis (Armênia, Azerbaijão, Camboja, Nepal e Turquia) têm o posto de parceiros de diálogo. No entanto, Belarus se inscreveu oficialmente para ingressar na OCX como membro pleno. Sri Lanka, Catar e Egito tornaram-se parceiros de diálogo desde 2022. Arábia Saudita, Kuwait, Mianmar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Maldivas também pediram para serem parceiros de diálogo.
A OCX organização reúne um quarto do PIB mundial e cobre cerca de 44% de todo o planeta. Juntos, ocupam 60% da Eurásia e 25,5% da extensão territorial internacional.
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