ONU alerta que Sudão está próximo de uma "guerra civil em grande escala" após ataque aéreo matar 22

Várias mulheres supostamente estavam entre as vítimas. Civis começaram a cavar sepulturas

Homem passa por edifício danificado durante combates em Cartum, Sudão
Homem passa por edifício danificado durante combates em Cartum, Sudão (Foto: REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah)


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247 - Depois de quase três meses de guerra civil no Sudão, um ataque aéreo é o mais recente incidente a provocar indignação. O Ministério da Saúde do país informou "22 mortos e um grande número de feridos entre os civis" em decorrência do que descreveu como um ataque aéreo no sábado (8) na cidade de Omdurman, controlada pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), no distrito de Dar al-Salam. 

Um vídeo postado pela pasta no Facebook mostrou corpos aparentemente desmembrados e parcialmente cobertos no chão após o ataque aéreo. Várias mulheres supostamente estavam entre as vítimas. Civis começaram a cavar sepulturas para os mortos no ataque aéreo de sábado, disseram testemunhas. 

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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, condenou o ataque aéreo em Omdurman, que segundo ele "matou pelo menos 22 pessoas" e feriu dezenas, disse seu vice-porta-voz, Farhan Haq, em comunicado. Guterres "permanece profundamente preocupado com o fato de a guerra em curso entre as forças armadas ter levado o Sudão à beira de uma guerra civil em grande escala, potencialmente desestabilizando toda a região", disse Haq.

Cerca de 3.000 pessoas foram mortas no conflito, enuqanto sobreviventes relataram uma onda de violência sexual e testemunhas falaram de assassinatos com alvos étnicos. Há saques generalizados e a ONU alertou sobre possíveis crimes contra a humanidade na região de Darfur. O conflito no Sudão obrigou quase 3 milhões de pessoas a fugir de suas casas, das quais quase 700 mil deixaram o país, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). 

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Os confrontos entre o exército regular do Sudão e os rebeldes paramilitares das FAR eclodiram em meados de abril. As forças do governo acusaram as FAR de motim e lançaram ataques aéreos contra suas bases. Abdel Fattah Al Burhan, chefe do conselho de soberania sudanês e comandante das forças armadas, emitiu um decreto dissolvendo as FAR. Desde então, as partes introduziram uma série de cessar-fogos temporários em todo o país. A situação segue tensa, apesar das negociações entre as partes em Jeddah, na Arábia Saudita, iniciadas no dia 6 de maio. (Com informações da France24). 

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