O exagerado e egocêntrico Kadafi

O ex-ditador lbio viveu da sua forma, esquecendo-se de que estava com o destino de um pas inteiro nas mos



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Lucas Reginato_247 – A figura extravagante se destaca meio aos sóbrios ternos em fotos de reuniões da ONU. Enquanto a maioria dos chefes de estado se veste discretamente, o ex-ditador líbio provocava com vestes coloridas que lembravam a sua origem e a sua história, mas o exagero remetia, sobretudo, ao caráter polêmico de Muamar Kadafi.

O poder da Líbia ficou durante 42 anos nas mesmas mãos. Kadafi começou seu reinado após participar das tropas revolucionárias que em 1969 instauraram a República Árabe Popular e Socialista da Líbia. Coronel na revolução, logo centralizou o comando e escreveu, em 1975, o “Livro Verde”, em que revela sua ideologia misturando conceitos nacionalistas e ortodoxia islâmica como caminho a ser seguido pelo país.

O ditador foi descrito por diplomáticos americanos como “obsessivamente dependente de um pequeno núcleo de funcionários de confiança”, em telegramas divulgados pelo Wikileaks. Os documentos vazados construíram um retrato espantoso de quem era o coronel. Hipocondríaco, tinha medo de voar sobre a água e conservava hábitos curiosos. O egocêntrico ditador vivia acompanhado por enfermeiras loiras que o auxiliavam em suas tarefas diárias.

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Filho de um fazendeiro beduíno, Muamar Kadafi nasceu em 1942, em uma barraca fincada em Sirta, cidade localizada no deserto líbio. Até o fim de sua vida, recusava apartamentos e quartos de hotéis, preferindo sempre ambientes semelhantes ao que o viu pela primeira vez. Equipada com computador, telefone, ar-condicionado e outras luxúrias, a tenda era seu habitat natural, e ali mesmo fazia as reuniões com figuras notórias da política internacional, como o ex-premiê britânico Tony Blair e o presidente palestino Mahmoud Abbas.

Em 1998, levou um tiro durante atentado do grupo extremista Movimento dos Mártires Islâmicos, mas conseguiu curar-se sem grandes sequelas. Em fevereiro de 2011, entretanto, um levante popular democrático se rebelou contra o governo autoritário e centralizador da Líbia. Após oito meses de perseguição e procurado inclusive pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, Muamar Kadafi foi capturado – e possivelmente morto – em uma árida região da Líbia – a mesma cidade que abrigou, há 70 anos, a tenda onde nasceu.

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