“Ninguém vai ganhar essa guerra. Sonho com um mundo multipolar”, diz Lula sobre conflito entre Rússia e Ucrânia

"Ao invés de cuidar de resolver as desigualdades, estamos cuidando de guerra. É urgente que a Rússia e a Ucrânia encontrem o caminho da paz", disse Lula

Lula
Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Governo da Ucrânia)


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247 - Em viagem à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender uma solução para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e afirmou que nenhum dos dois países sairá vencedor do conflito militar. “Os dois países acreditam que podem vencer o conflito militarmente: eu discordo disso. Acho que tem pouca gente falando de paz”, disse Lula ao jornal italiano Corriere della Sera. Na entrevista, Lula também disse acreditar que "um mundo multipolar seja melhor do que uma supremacia unipolar ou uma disputa bipolar".

“Em 2020, quando o encontrei, conversamos sobre a desigualdade no mundo, a busca de uma economia mais solidária. Logo depois veio a pandemia e a campanha eleitoral no Brasil. Agora encontro o Papa com esse conflito na Europa. Mandei um enviado especial, Celso Amorim, para Moscou e Kiev. Os dois países acreditam que podem vencer o conflito militarmente: eu discordo disso. Acho que tem pouca gente falando de paz. A minha angústia é que com tanta gente passando fome no mundo, com tantas crianças sem ter o que comer, ao invés de cuidar de resolver as desigualdades, estamos cuidando de guerra. É urgente que a Rússia e a Ucrânia encontrem o caminho da paz”, afirmou Lula ao ser questionado se ele e o papa Francisco - com quem se encontrou nesta quarta-feira (20) - tinham visões semelhantes sobre a guerra russo-ucraniana. 

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Na entrevista, Lula também ressaltou que a reunião da cúpula dos Brics - bloco econômico que reúne o Brasil, Rússia, África do Sul, Índia e China -, que será realizada em agosto na África do Sul,  representa um passo na direção de um mundo multipolar. 

“A cúpula do BRICS é importante para todos. Essa coalizão de economias emergentes mostrou a importância de acrescentar vozes diversas à discussão das questões globais. Acreditamos que um mundo multipolar seja melhor do que uma supremacia unipolar ou uma disputa bipolar. A criação de diferentes redes, diferentes arranjos de países, pode ajudar a equilibrar e contrabalançar as tendências e as tensões conflitantes. Por exemplo, o Conselho de Segurança da ONU é uma estrutura a reformar. Ele representa o equilíbrio de poder do mundo em 1945. Quase 80 anos depois, muita coisa mudou e precisamos de um Conselho mais amplo, mais representativo, com vozes da América Latina e da África, para que realmente contribua para a paz e a segurança no mundo”, destacou. 

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Veja a íntegra da entrevista no Brasil 247

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