Morto braço-direito de Kadafi
Comandante das tropas do ditador teria sido alvejado em Tripoli, durante o bombardeio da fora area internacional; EUA perdem um caa F-15E por falha mecnica; Berlusconi diz ter pena de Kadafi; Ditador discursa e diz que ser "vitorioso no final"
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247 - O braço direito do ditador Muamar Kadafi no comando das tropas militares do governo líbio pode ter sido morto nesta terça-feira 22, em Tripoli. Segundo a rede de tevê Al Jazeera, o comandante Hussein El Warfali foi atingido durante a terceira noite de bombardeios aéreos da coalizão militar internacional sobre a Líbia. O governo do país não confirmou a informação. Kadafi, que até antes dos ataques concedia entrevistas quase regulares a representantes de tevês européias, não se manifesta a mais de 48 horas. A quarta noite de ataques via área começou em ritmo semelhante ao das jornadas anteriores, com mais de uma centena de mísseis caindo sobre a capital.
No começo do dia, um caça F-15E dos Estados Unidos caiu em Benghazi, mas o governo americano afirmou que o motivo foi uma falha mecânica, e não algum disparo da artilharia anti-aérea de Kadafi. Os dois tripulantes foram resgatado por tropas rebeldes, segundo os EUA.
Na terça-feira de duros combates, tropas de Kadafi avançaram sobre os rebeldes em Ajdabiya e Misrata, chegando a recuperar algumas posições. Dezenas de pessoas morreram, segundo relatos das agências internacionais. Quatro crianças estariam entre as vítimas dos disparos de franco-atirados pró-Kadafi, que teriam acertado um carro em movimento, no qual elas estavam. O número de mortos nos combates já supera a marca de 40.
Nos bastidores da guerra, os Estados Unidos, a França acertaram detalhes para a transferência do comando das operações para a Otan. Em nota oficial, o Brasil pediu o cessar-fogo imediato na Líbia, o que inclui a suspensão dos ataques das forças internacionais. China, Rússia e Alemanha igualmente pressionam pelo fim dos bombardeios. A alegação é a de que eles estão atingindo a população civil.
A nota pitoresca ficou por conta do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Durante um ato eleitoral em Turim, ele supreendeu os ouvintes. “Estou com pena por Kadaf, sinto. O que está se passando na Líbia me afeta pessoalmente”. A Itália enviou oito aviões Tornado para se somarem à coalizão internacional, mas faz críticas ao desenvolvimento da guerra. O país tem receio que a França saia fortalecida do conflito e, ainda, que possa ser o endereço principal de uma onda migratória vinda da própria Líbia. Adversário de Berlusconi, o democrata cristão Pierferdinando Casini rebateu a frase. “Nós sentimos pena das milhares de pessoas assassinadas por Kadafi”.
A intervenção militar internacional na Líbia está enfrentando uma dura oposição dentro do Conselho de Segurança da ONU. China, Rússia e também o Brasil elevaram o tom de críticas aos bombardeios sobre o país. “As ações militares tomadas por certos países relevantes estão causando mortes de civis”, afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jiang Yu, de acordo com a Agência Estado. “Nós nos opomos ao uso da força, que poderia resultar em mais mortes civis e em uma maior crise humanitária”. Oficialmente, a China pediu a instalação de um imediato cessar-fogo na Líbia.
O Itamaraty emitiu nota na noite da segunda-feira igualmente manifestando “expectativa de que seja implementado um cessar-fogo”. O documento registrou que o Brasil “lamenta a perda de vidas decorrente do conflito”. Ao lado da suspensão dos bombardeios internacionais, a nota manifesta o apoio do Brasil “aos esforços do Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Líbia, Abdelilah Al Khatib, e do Comitê de Alto Nível estabelecido pela União Africana na busca de solução negociada e duradoura para a crise".
A Rússia, por seu lado, emitiu críticas sobre “o uso indiscriminado da força”, que estaria causando mortes entre civis. Para Moscou, a coalizão internacional “excedeu as atribuições” concedidas pela resolução do Conselho de Segurança que autorizou o uso de força militar para a proteção de civis. Turquia e Índia também defenderam o cessar-fogo e a entrega do poder pelo ditador Muamar Kadafi, como forma de acabar com o impasse e os confrontos na região. "É impossível para nós pensar que nossos combatentes lancem bombas sobre o povo líbio", disse o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para justificar a posição de não enviar aviões do país para se juntar à coalizão internacional. "Nós não queremos que a Líbia se torne um segundo Iraque", advertiu ele. "Uma civilização entrou em colapso em oito anos (de invasão) no Iraque. Mais de um milhão de pessoas foram mortas ali."
Em Pequim, o jornal estatal Diário do Povo, que transmite posições oficiais do governo do país, atacou duramente as ações militares. "A experiência histórica mostra que a chamada intervenção humanitária torna-se um pretexto para interferência militar nos assuntos políticos de outra nação", afirma o jornal. A resolução do Conselho de Segurança das ONU que possibilitou os ataques foi aprovadas por dez países, mas Brasil, China, Índia, Rússia e Alemanha se abstiveram.
(Com Agência Estado e Agências Internacionais)
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