Mais um golpe da CIA?
Participao do servio secreto americano na guerra civil da Lbia constrange governo de Barack Obama
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Por Leonado Attuch – No dia 9 de julho de 2009, Barack Obama tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos, em 39 anos, a se encontrar com Muamar Kadafi, que é o chefe de governo da Líbia desde 1969. O encontro ocorreu em L´Aquila, na Itália, onde Kadafi foi convidado de honra do premiê italiano Silvio Berlusconi para uma reunião do G8, o grupo dos oito países mais ricos do mundo. Os dois se cumprimentaram e Obama não demonstrou qualquer constrangimento em apertar as mãos de um homem que já havia sido colocado pelos Estados Unidos na lista dos mais perigosos do mundo.
Quase dois anos depois daquele encontro, descobre-se que Obama deu ordens confidenciais para infiltrar agentes da CIA em território líbio. E o grande debate no dia de hoje nos Estados Unidos diz respeito ao grau de envolvimento do serviço secreto americano na guerra civil da Líbia. A questão mais importante é: isso ocorreu antes ou depois da resolução da Organização das Nações Unidas, em favor de uma intervenção militar internacional?
Até agora, os porta-vozes da Casa Branca não deram informações precisas sobre o trabalho da CIA, revelado pela agência de notícias Reuters. A Casa Branca não confirma sequer que os Estados Unidos estejam fornecendo armas aos rebeldes líbios. “Nenhuma decisão sobre fornecer armas a grupos de oposição na Líbia foi tomada até agora”, disse o secretário de imprensa, Jay Carney.
A revelação de que a CIA atua na Líbia é constrangedora para Obama. No passado, o serviço secreto norte-americano esteve envolvido na deposição de vários regimes políticos. Em 1953, uma equipe do serviço secreto, que teve como um dos líderes o agente Vernon Walters, participou do golpe de Estado que derrubou o iraniano Mohammad Mossadegh, que havia nacionalizado o petróleo. No lugar de Mossadegh, os norte-americanos impuseram o regime do xá Reza Pahlevi, um dos mais corruptos da história, que desembocou na revolução dos aiatolás. Detalhe: Irã e Líbia fazem parte do grupo de países com as maiores reservas de petróleo do mundo.
Onze anos depois do golpe que derrubou Mossadegh, Vernon Walters estava no Brasil, vivendo no Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, ele foi o grande articulador do golpe militar de 1964, que derrubou o presidente João Goulart. E que hoje completa 47 anos.
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