Lula viajará à África para atualizar política externa com o continente

Espera-se que, já em agosto, Lula tenha encontros bilaterais com diversos chefes de Estado e de governo da África às margens da reunião do Brics

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Agenda do Poder - Ao contrário do que ocorreu em seus dois primeiros mandatos, quando o estreitamento das relações do Brasil com o continente tinha por objetivo corrigir um déficit diplomático, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu que não basta “repetir receitas do passado, é fundamental atualizar a política externa brasileira voltada para a África”

A ausência de estratégia do governo Bolsonaro fez com que a região ampliasse laços com países como China, Espanha, Índia, Rússia e Turquia. Para tentar reverter isso, o presidente Lula quer fazer ao menos duas rodadas de viagens ao continente nos próximos meses, visitando oito países.

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Segundo um interlocutor do governo brasileiro, desta vez, o relançamento das relações do Brasil com a África, seguindo a vertente da política de integração Sul-Sul, trará uma mistura de assistência — quando Lula, em seus dois primeiros mandatos, fazia doações de remédios para Aids, transferia tecnologia da Embrapa, entre outros acordos de cooperação mais sociais — com economia.

Esse mesmo interlocutor afirma que entre os países que deverão ser visitados pelo presidente brasileiro, em duas rodadas que começam no início do segundo semestre, estão Angola, África do Sul, Moçambique, Senegal, Gana, Etiópia, Nigéria e São Tomé e Príncipe. Há, ainda, a perspectiva de reabertura da embaixada em Serra Leoa e de abertura de uma representação do Brasil em Ruanda.

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A linha da diplomacia brasileira é relançar as relações entre Brasil e África, que foi praticamente deixada em segundo plano pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as datas previstas para as visitas de Lula pelo continente estão agosto, quando acontecerá a reunião do Brics, em Johannesburgo (África do Sul), e fevereiro, na Etiópia, durante reunião dos países da União Africana. Espera-se que, já em agosto, Lula tenha encontros bilaterais com diversos chefes de Estado e de governo da África às margens da reunião do Brics.

Em uma avaliação interna, o continente africano tem grande potencial econômico e comercial e ainda pode contribuir com o Brasil em temas importantes da agenda internacional. Lula defende, inclusive, que a África esteja presente no G20 — o grupo que reúne as maiores economias do mundo e será presidido pelo Brasil em 2024 — através da União Africana. Em seus dois mandatos anteriores, o presidente foi à região 12 vezes e visitou 23 países.

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No ano passado, a exportação do Brasil para a África foi recorde da série histórica: US$ 12,75 bilhões. O resultado, porém, engana, porque é apenas um pouco maior do que os US$ 12,2 bilhões registrados em 2011, no primeiro ano do governo Dilma. Já a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) foi de US$ 21,3 bilhões em 2022, praticamente o mesmo patamar de 2010, último ano do segundo mandato de Lula, quando somou US$ 20,5 bilhões, e bem abaixo de 2013, melhor ano da série, quando atingiu US$ 28,5 bilhões. O continente representou 3,5% da corrente de comércio do Brasil no ano passado, abaixo dos 5,9% de 2014. As relações comerciais pouco avançaram de lá para cá e há países em que o intercâmbio praticamente não existe nas estatísticas, como São Tomé e Príncipe. (*Com informações de O Globo)

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