Lula viaja ao G7 no Japão com mudanças climáticas e Ucrânia na pauta

O Brasil volta como convidado às reuniões do G7 depois de 14 anos, em meio ao esforço do presidente para voltar a ampliar o papel do país como interlocutor mundial

Lula se despede de Alckmin ao embarcar para o Japão
Lula se despede de Alckmin ao embarcar para o Japão (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou na manhã desta quarta-feira para a visita de dois dias no Japão, onde participa como convidado da Cúpula do G7, e leva na bagagem a intenção de cobrar os países mais ricos por investimentos em meio ambiente, e retomar as conversas sobre a paz na Ucrânia.

O presidente chega a Hiroshima, onde acontece a cúpula, na manhã de sexta-feira. Na agenda já estão previstas três reuniões bilaterais: primeiros-ministros do Japão, Fumio Kishida, e da Índia, Narendra Modi, e com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.

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Outras duas ainda podem entrar na agenda, com o primeiro-ministro do Vietnã, Phạm Minh Chính, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

>>> Lula fará discurso pela paz mundial na cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão

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O Brasil volta como convidado às reuniões do G7 depois de 14 anos, -- a última participação foi em 2009, na Itália, ainda com Lula em seu segundo mandato -- em meio ao esforço do presidente para voltar a ampliar o papel do país como interlocutor mundial.

Os dois temas que devem concentrar as atenções no G7 deste ano são mudanças climáticas e a guerra na Ucrânia, com o impacto sobre segurança alimentar. Em ambos Lula tem se envolvido diretamente e tem a ambição de elevar o peso do Brasil nas discussões globais.

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É esperado que o grupo de sete países proponha mais sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, mas essa é uma negociação que o Brasil, como convidado, não participa.

A preocupação do governo brasileiro é com uma declaração sobre segurança alimentar que deve ser assinada por todos os países presentes. De acordo com uma fonte, o Brasil trabalha com Índia e Indonésia para evitar que o texto, que incluirá diretamente o impacto da guerra na segurança alimentar mundial, possa ser visto como ofensivo pela Rússia, o que poderia minar ainda mais as chances de uma negociação de paz.

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De acordo com o Itamaraty, a intenção é que o documento se concentre na segurança alimentar mundial e tenha uma "linguagem compatível" com a posição do país em relação a guerra.

Lula também participa de uma mesa sobre mudanças climáticas, e deve levar ao G7 a mesma reclamação que vem fazendo em outras ocasiões: os países mais ricos não cumpriram a meta de doações e investimentos em mitigação prometida no acordo de Paris e precisaram recuperar o tempo perdido.

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"Os países ricos que já destruíram suas florestas porque se industrializaram há 200 anos precisam entender que eles têm um débito na emissão de gás carbônico, portanto precisam adiantar os recursos para pagar esta dívida, para que a gente possa preservar nossa floresta", disse o presidente durante viagem a Londres. "Desde a COP15, que eu participei como presidente, que os países ricos prometem dinheiro. Mas a verdade é que esse fundo de 100 bilhões de dólares nunca aparece."

A mesma cobrança deve ser feita ao G7. Desde a posse, Lula já colheu a retomada do Fundo Amazônia, criado inicialmente pela Noruega e a Alemanha, e a promessa de investimentos norte-americanos -- 2,5 bilhões de reais em cinco anos -- e britânicos, com 500 milhões de reais, além de negociar com outros países, como a França.

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Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem investido nos contatos internacionais e na reinserção do Brasil como negociador de temas centrais, como as mudanças climáticas e o fim da guerra da Ucrânia. De um modo geral, os esforços brasileiros vem sendo bem recebidos, especialmente nas questões climáticas.

No entanto, internamente, como mostrou a Reuters, as várias viagens do presidente já provocam incômodos com o investimento de tempo dedicado aos temas externos, ao mesmo tempo que se tenta avançar com assuntos essenciais dentro do país, em meio a uma relação instável com o Congresso, por exemplo.

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