"Lula faz muita falta", afirma o Irã

Porta-voz do presidente Mahmoud Ahmadinejad (ao centro) diz que Dilma destruiu anos de boas relaes com pas. Irritao com o governo brasileiro chegou s empresas nacionais que tiveram seus produtos retidos ou vetados no mercado iraniano

"Lula faz muita falta", afirma o Irã
"Lula faz muita falta", afirma o Irã (Foto: MÁRCIO MACHADO/Agência Estado_Divulgação)


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247 com agências internacionais – Apesar do tom diplomático usado pelo embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, que diz que a relação com o Brasil continua tão boa no governo de Dilma Rousseff quanto foi na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o tom em Teerã é bem diferente.

"A presidente brasileira golpeou tudo que Lula havia feito. Ela destruiu anos de bom relacionamento", disse à Folha na quarta-feira, por telefone, Ali Akbar Javanfekr, porta-voz pessoal do presidente Mahmoud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna.

"Lula está fazendo muita falta", afirmou, numa referência à opção de Dilma, no cargo desde janeiro de 2011, de dar menos ênfase ao Irã.

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A irritação iraniana também se traduz recentes barreiras contra exportadores de carne brasileira. A União Brasileira de Avicultura afirma que as vendas de frango para o Irã, em alta até outubro, passaram a ser vetadas sem justificativa.

Já a multinacional brasileira JBS relata ter tido milhares de toneladas de carne bovina retidas por três semanas num porto iraniano.

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Se persistirem os obstáculos impostos aos exportadores brasileiros, o intercâmbio Brasil-Irã cairá em 2012, revertendo uma alta constante observada nos últimos anos.

Uma eventual queda afetaria principalmente o Brasil, já que as importações de produtos iranianos são irrisórias na corrente comercial.

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De US$ 1,1 bilhão em 2008, as trocas saltaram para cerca de US$ 2,3 bilhões em 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O Brasil se tornou inimigo do Irã depois que Dilma votou na ONU, em março, a favor de uma investigação sobre direitos humanos no Irã. O País também lamenta o fato de o Brasil ter abandonado esforços diplomáticos para aliviar a pressão sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de buscar a bomba atômica -o que Teerã nega.

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Em 2010, Lula costurou com a Turquia um acordo, assinado em Teerã, para permitir que o Irã trocasse parte de seu estoque de urânio por combustível nuclear.

Além disso, de janeiro a novembro do ano passado, as importações de produtos persas caíram quase 73% por aqui frente ao mesmo período de 2010 devido, principalmente, ao embargo econômico promovido pelas potências ocidentais.

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Dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) mostram que, nos últimos meses, o Brasil comprou menos tapetes, produtos químicos, pedras preciosas, pistache, uvas secas, suco de alcaçuz, óleos e farois para automóveis. As importações despencaram de US$ 121,4 bilhões para US$ 32,9 bilhões em 2011.

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