Líderes da Otan preparam-se para a próxima cúpula em meio a incertezas e ausência de consenso
O alargamento da organização e o aumento das despesas militares estarão entre os principais tópicos da cúpula
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José Pedro Faya, de Lisboa, 247- A próxima cúpula da Otan, que se realizará nos dias 11 e 12 de julho em Vilnius, capital da Lituânia, contará com a presença dos chefes de Estado e de governo dos Estados-membros e de outros parceiros-chave da organização. Os principais tópicos serão a crise na Ucrânia, o alargamento da Otan, e a compra de armamentos.
A cúpula se realizará em meio a um clima de incerteza e falta de consenso entre os Estados-membros em variados tópicos. Para além do desacordo sobre quem sucederá Jens Stoltenberg no cargo de secretário-geral, que levou a mais uma extensão do seu mandato, os membros falham em chegar ao consenso sobre a possível adesão da Ucrânia à Otan, e ainda se debatem para convencer a Turquia a ratificar a adesão da Suécia.
Na última quinta-feira (6), o secretário-geral da Otan se reuniu com representantes da Suécia, Turquia e Finlândia para discutir a ratificação da adesão da Suécia à organização. Apesar da adesão ainda não ter sido ratificada, o país já está integrado em estruturas militares da Otan e já participa em suas reuniões, mas a Turquia ainda mantém reticências.
Jens informou em coletiva de imprensa após a reunião que o país escandinavo já alterou a sua Constituição para aderir à organização, e mencionou, como exemplo do esforço das autoridades suecas para facilitar a adesão, que um tribunal sueco sentenciou esta semana um homem curdo com ligações ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão. Os recentes protestos na Suécia, onde manifestantes queimaram exemplares do Alcorão, e o fracasso da Suécia em combater os extremistas de direita, suscitam "preocupações de segurança" para a Turquia.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que espera "uma mensagem muito clara" de que a Ucrânia fará parte da Otan. Uma adesão da Ucrânia no momento atual traria sérios riscos de um conflito em larga escala entre a Rússia e os países da Otan.
O chefe da diplomacia de Luxemburgo, Jean Asselborn, disse nesta semana que "nunca houve adesão de um país em meio a um conflito armado”, e que isso poderia levar a uma invocação imediata do art. 5º do Tratado da Otan, o qual estabelece que um ataque contra um ou vários aliados na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque contra todos.
Na cúpula serão abordados também novos planos de compras de armamento que farão os gastos militares dispararem. Buscarão ainda levar adiante a proposta de que os Estados-membros fixem um mínimo de 2% do PIB para despesas militares, o que causa revolta nas populações destes países devido à drenagem de recursos públicos para a compra de armamentos e ao efeito que terá na escalada do conflito.
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