Jogador brasileiro no Sudão busca saída do país em guerra e diz que Itamaraty é omisso
O jogador Paulo Sérgio, ex-Flamengo, cobrou mais ação do governo brasileiro em uma postagem em suas redes sociais

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247 - Paulo Sérgio, um jogador de futebol carioca que está no Sudão em meio à guerra civil, pediu ajuda do governo brasileiro neste domingo (23) para deixar o país durante o cessar-fogo anunciado pelo grupo paramilitar que disputa o poder com o exército do Sudão. Ele relatou ao portal G1 que, sem resposta, o grupo está tentando deixar o país por conta própria, tendo se organizado e fechado acordos com outras embaixadas.
"Estamos todos organizados e já fechamos acordos com outras embaixadas. E nós? Com quem estamos contando? Eles dizem que estão tentando resolver, mas não encontram mais ônibus ou vans para nos tirar daqui", cobrou Paulo Sérgio, atacante do Al-Merreikh que já jogou em clubes brasileiros, como o Flamengo, e em times de outros países.
O jogador cobrou mais ação do governo brasileiro em uma postagem em suas redes sociais e acusou o Itamaraty de ser omisso e desorganizado em relação ao seu caso.
“Estão todos os estrangeiros saindo e inúmeros sudaneses”, disse o atleta.
Paulo Sérgio contou que o plano conta com a ajuda de um micro-ônibus alugado pelo clube para ir até a cidade de Porto Sudão, às margens do Mar Vermelho, ainda durante o período de cessar-fogo. A ideia é dormir na cidade e, na segunda-feira (24), atravessar a fronteira com o Egito.
"Estamos aguardando em um calor infernal a chegada do ônibus fretado pelo clube na recepção do prédio onde moramos. Em princípio, o ônibus chegaria em uma hora e agora passou para duas horas de espera. Detalhe: não foi o governo que conseguiu o ônibus que vai levar a gente para uma cidade afastada daqui, onde iremos dormir e viajar para o Egito amanhã. Esse ônibus foi fretado pelo clube", disse Paulo Sérgio.
Ele e outros 8 brasileiros que fazem parte do time estão em Cartum, capital do país, e tentam sair do território.
Em 15 de abril, eclodiram confrontos violentos entre as forças armadas regulares sudanesas e as RSF (Rapid Support Forces) com epicentro em Cartum. As forças do governo acusaram as RSF de motim e lançaram ataques aéreos contra suas bases. Abdel Fattah Burhan, chefe do exército sudanês, emitiu um decreto dissolvendo as RSF.
Os lados concordaram com uma trégua de três dias a partir de sexta-feira em razão do feriado muçulmano de Eid al-Fitr. Na quinta-feira, o Ministério da Saúde sudanês disse que o número de mortos nos confrontos armados ultrapassou 600. Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde informou na sexta-feira que 413 pessoas foram mortas e outras 3.551 ficaram feridas. O Sindicato dos Médicos Sudaneses disse no sábado que os confrontos armados mataram 256 civis e feriram outros 1.454.
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