Hoje é o Dia Mundial do Refugiado, com mais de 110 milhões de refugiados no mundo
O número de refugiados mais do que duplicou nos últimos 10 anos, segundo o Acnur
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José Pedro Faya, de Lisboa, 247 - Assinala-se nesta terça-feira (20), o Dia Mundial do Refugiado, data designada pelas Nações Unidas para homenagear as pessoas refugiadas em todo o mundo. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgados na última quarta-feira (14), existem atualmente no mundo mais de 110 milhões de pessoas que fugiram de suas casas e ainda não retornaram, 59 milhões a mais do que em 2013. Segundo a agência, 58% são deslocados internos em seus países devido a conflitos e violência.
O principal país de origem é a Síria, com mais de 6,5 milhões de deslocados. O país vive desde 2011 uma guerra civil, onde o combate entre tropas do governo e o Exército Livre da Síria, a Al Qaeda, o Estado islâmico e diversas outras organizações terroristas causa intensa instabilidade em todo o território, assim como nos países vizinhos. O conflito conta também com a ingerência de potências ocidentais que participam direta ou indiretamente no conflito. Os militares dos Estados Unidos, por exemplo, controlam atualmente partes das províncias do norte do país, onde estão localizados os maiores campos de petróleo e gás sírios, informa Sputnik.
Também lideram o ranking dos principais países de origem de refugiados a Ucrânia, onde os fluxos migratórios se iniciaram após o golpe Maidan em 2014 e se intensificaram após a ofensiva russa, o Afeganistão e, mais recentemente, o Sudão, após a eclosão dos combates entre as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido.
A recente tragédia na Grécia chamou a atenção mais uma vez para a questão dos refugiados. O naufrágio de uma embarcação vinda da Líbia e com destino à Itália deixou 78 pessoas mortas e centenas de desaparecidos. Segundo alguns sobreviventes, o barco naufragou após a Guarda Costeira grega ter tentado rebocá-lo. Após o caso, a diretora de programas do Comitê Internacional de Resgate (IRC) na Grécia, Eftychia Georgiadi, denunciou "o fracasso da UE em desenvolver meios legais de imigração".
A política migratória da União Europeia é constantemente criticada por diversos especialistas e Organizações não-Governamentais. Para além das precárias e insalubres instalações para abrigar os refugiados, muitos migrantes e ativistas classificam a política migratória da UE como desumana, seletiva, e criminalizadora dos migrantes, e afirmam que esta desrespeita o direito internacional e viola direitos humanos.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações, cerca de 27 mil migrantes desapareceram no Mediterrâneo desde 2014. Apesar de muitos refugiados buscarem refúgio na Europa, a maior parte está acolhida em países da África e Ásia, sendo a Turquia e o Irã os principais países de acolhimento, relata o Acnur.
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