Historiador marxista é condenado à prisão por delito de opinião na República Checa
O historiador foi submetido a um julgamento arbitrário e sem direito de apresentar provas documentais
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247 - Um tribunal da República Checa condenou a oito meses de prisão, suspensa durante 18 meses, o historiador marxista e conhecido membro do Partido Comunista da Boêmia e Morávia, Joséf Skala, informa o jornal “Avante!”, do Partido Comunista Português.
Na base da sentença está uma opinião proferida em julho de 2020, num debate radiofônico, em que o acadêmico manifestou as suas divergências relativamente a uma determinada versão do chamado Massacre de Katyn, difundida à época pelo ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, e que responsabiliza a União Soviética por assassinatos em massa. A interpretação do historiador, que nega esta tese, assenta em fontes russas, francesas, polonesas e norte-americanas, em decisões judiciais e relatórios de especialistas.
Durante o julgamento, Joséf Skala viu ser-lhe negada a possibilidade de provas documentais, de confrontar os acusadores e de convidar acadêmicos a partilhar interpretações comuns com as suas, baseadas em fontes primárias, revelando ainda mais o caráter político do processo. Da censura passou-se já a criminalização da discordância.
O Partido Comunista da Boêmia e Morávia lançou um apelo à solidariedade para com Joséf Skala, alvo desta brutal ofensiva antidemocrática.
Antigo presidente da União Internacional de Estudantes, Joséf Skala já recebeu a solidariedade de amplos setores da sociedade checa, não só de esquerda.
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