Fukushima liberta o Japão da energia nuclear
Um ano depois da tragdia, que matou 18 mil pessoas, 52 dos 54 reatores japoneses esto parados; Brasil constri Angra 3 e tem planos para mais chegar a dez usinas atmicas
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247 – Era alvorada de 11 de março de 2011, quando a terra tremeu em Fukushima, a 450 quilômetros ao norte de Tóquio. Instantes depois, a onda gigante se formou e devastou a região onde estava construída uma das principais centrais nucleares do Japão. A tragédia, uma das maiores da história do país, matou mais de 18 mil pessoas.
Graças à determinação do povo japonês, Fukushima já está reconstruída. O mesmo não pode se dizer, no entanto, do sistema energético do país. De todos os países do mundo, o Japão foi, ao lado da França, aquele que mais apostou na fonte nuclear. Havia, no país, 54 usinas atômicas. Destes reatores, 52 estão inativos, depois do desastre de Fukushima. Traumatizada, a população japonesa não aceita mais a energia nuclear – Fukushima teve gravidade semelhante ao acidente de Chernobyl, na antiga União Soviética. E as consequências foram dramáticas para a economia japonesa. Com o aumento da importação de combustíveis fósseis, o Japão teve, em 2011, seu primeiro déficit comercial desde 1980.
Fukushima também provocou uma aversão à energia nuclear em várias partes do mundo. A Alemanha já era um dos grandes opositores à energia atômica. A Espanha paralisou a construção de novas usinas, assim como a Suíça. Um dos poucos países onde Fukushima não provocou debates ou repercussões maiores sobre a política energética foi o Brasil.
Angra 3
Aqui, o governo federal deu continuidade à construção da usina de Angra 3, apesar da crítica de especialistas, como o físico José Goldemberg, da USP. Segundo ele, o Brasil dispõe de alternativas mais baratas e ecológicas, como a própria matriz hídrica da Amazônica.
Os ambientalistas, por sua vez, incomodam-se mais com a construção da usina de Belo Monte, no Pará, do que com a construção de Angra 3, cujo contrato remonta à década de 80 e não foi sequer licitado novamente. Além disso, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não engavetou de vez o projeto que prevê a construção de dez usinas atômicas no País nos próximos anos.
O Japão aprendeu com Fukushima. O Brasil, não.
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