EUA acusam Pequim de fazer provocações no Mar do Sul da China
Washington ameaça acionar tratado de defesa com Filipinas contra a China

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247 - O Departamento de Estado dos EUA instou Pequim no sábado (29), a encerrar sua "conduta provocativa e insegura" no Mar do Sul da China, após o incidente ocorrido em 23 de abril, com o envolvimento de navios das guardas costeiras da China e da Filipinas.
"Os EUA estão com as Filipinas diante das contínuas violações da liberdade de navegação no Mar do Sul da China Meridional pela Guarda Costeira da República Popular da China. As imagens e vídeos divulgados recentemente na mídia são um duro lembrete do assédio e intimidação das embarcações filipinas pela China quando realizam patrulhas de rotina dentro de sua zona econômica exclusiva", diz o comunicado.
Nesse sentido, a agência norte-americana afirma que continuará a acompanhar de perto as atividades da China na região, ao mesmo tempo que reafirma o seu apelo a uma “ordem marítima internacional baseada em regras”.
O Departamento de Estado lembrou que um ataque armado no Pacífico, incluindo o mar em questão, contra forças filipinas, navios ou aeronaves públicas deste país, implicaria a ativação de compromissos de defesa mútua, conforme estipulado no artigo 4º do Tratado assinado em 1951 entre Washington e Manila.
O referido artigo estabelece que qualquer ataque no Pacífico contra os Estados Unidos ou as Filipinas levaria a ações "de acordo com os processos constitucionais" de ambas as nações.
O alerta dos EUA à China ocorre às vésperas do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo filipino, Ferdinand Marcos Jr., marcado para esta segunda-feira (1º de maio) em Washington. Entre outras questões, os líderes se concentrarão em coordenar esforços para "defender o direito internacional e promover um Indo-Pacífico livre e aberto".
Cruzamento de acusações
O incidente de 23 de abril ocorreu na área das disputadas Ilhas Spratly, onde Pequim já construiu ilhotas artificiais e bases militares. Das Filipinas, denunciaram que os navios chineses realizaram "manobras perigosas" dentro de sua zona econômica exclusiva.
Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores da China explicou que os navios da Guarda Costeira filipina entraram nas suas águas territoriais, razão pela qual foram tomadas medidas para salvaguardar a soberania chinesa.
Este último episódio de tensão ocorre em meio à intensificação da presença da Guarda Costeira filipina no mar disputado, incluindo o envio de embarcações adicionais e mais sobrevoos na área, sob o argumento de que tudo isso está sendo feito para proteger o território marítimo e os pescadores do país. Essa prática foi anunciada logo após a assinatura de um acordo de defesa com os EUA, por meio do qual Washington obteve acesso a quatro bases militares adicionais em solo filipino.
Manila seria essencial para os EUA na hora de dissuadir e responder a um suposto ataque de Pequim contra Taiwan, já que as Filipinas são, entre seus outros aliados no Indo-Pacífico (Austrália, Coréia do Sul, Japão e Tailândia), o mais próximo da ilha chinesa.
O Mar do Sul da China é fonte constante de tensão há anos e é alvo de reivindicações territoriais e marítimas de vários países: China, Vietnã, Filipinas, Malásia, Indonésia e Brunei. Estima-se que por este mar, rico em hidrocarbonetos e recursos pesqueiros, transitam anualmente cerca de três trilhões de dólares em comércio marítimo.
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