Estados Unidos declaram apoio à intervenção estrangeira no Haiti
Para secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, intervenção deve restaurar segurança; relembre consequências que última 'missão de paz' trouxe ao país
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Opera Mundi - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reuniu-se nesta quarta-feira (05/07) com o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, em Porto da Espanha, no país de Trinidad e Tobago, a quem manifestou o seu apoio a uma intervenção estrangeira no país caribenho.
"Reuni-me com o primeiro-ministro haitiano para discutir a urgência de se chegar a um acordo político inclusivo, bem como o pedido do Haiti de apoio internacional para conter a violência das gangues", afirmou Blinken por meio das redes sociais.
O representante norte-americano também afirmou que os Estados Unidos "compartilham o compromisso de ajudar o povo haitiano a moldar seu futuro para restaurar a ordem democrática do país por meio de eleições livres e justas”.
Nesse sentido, Blinken confirmou que Washington constitui "o maior doador internacional para a Polícia Nacional do Haiti" e agora apela "o apoio do governo [haitiano] para uma força multinacional que nos ajude a restaurar segurança".
As declarações de Blinken vêm logo após o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ter pedido a formação de "uma forte força internacional para ajudar a Polícia Nacional do Haiti".
“Estou profundamente preocupado com a extrema vulnerabilidade de indivíduos e comunidades a essas gangues predatórias e, em particular, com o impacto desproporcional da violência sobre mulheres e meninas”, disse Guterres.
Consequências da Minustah
Em 2004, a ONU organizou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Segundo a análise da doutora em ciências jurídicas e políticas, Charlotth Back, quando lançada internacionalmente, a Minustah foi apresentada como um novo modelo de “missão de paz”.
Idealizada para evitar novos conflitos e criar condições em prol de uma atmosfera de paz sustentável, tal ambiente estaria baseado na atuação de uma multiplicidade de atores internacionais que contribuiriam para a reconstrução das estruturas governamentais, dos setores econômicos, dos corpos de segurança e do acesso às necessidades básicas da população.
Este processo, que, a médio e longo prazo, garantiria o desenvolvimento do Haiti, incluía não apenas a reconstrução física, mas também o fornecimento de apoio na restauração de seus pilares políticos e jurídicos.
No entanto, apesar do otimismo deste novo “modelo”, o Haiti ainda é um dos países mais pobre das Américas, segundo a classificação do IDH (índice de desenvolvimento humano). O país caribenho não conseguiu restabelecer-se após o terremoto de 2010, conta com milhares de relatos de violência por parte dos “capacetes azuis” - oficiais da Minustah - e hoje tem altas taxas de mortalidade por cólera, uma epidemia inexistente historicamente no Haiti, e que surgiu em decorrência da chegada de um contingente militar infectado pela bactéria.
(*) Com TeleSUR.
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