Esquerda do Uruguai ataca Tabaré Vázquez por quase guerra com Argentina

Assembleia Popular divulga carta de repdio e convoca "esquerda coerente"



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Em resposta a recentes revelações de que o governo do ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez pediu apoio americano (ao então presidente George W. Bush) para a instalação da fábrica de pasta de celulose da Botnia em seu país, na fronteira com Argentina, a opositora Assembleia Popular divulgou a seguinte carta, pedindo pela revitalização da "esquerda coerente" e considerando graves as implicações dos fatos que, segundo o próprio Vázquez, quase culminaram em um conflito bélico.

Montevidéu, 13 de outubro de 2011.

Recentes declarações do Dr. Tabaré Vazquez revelaram seu pedido de apoio ao imperialismo ianque e ao governo dos Estados Unidos então presidido por George Bush.

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Esse pedido de apoio foi motivado pelo conflito criado com a República irmã da Argentina pela instalação da fábrica de celulose Botnia.

Essas declarações confirmam o que a Assembleia Popular vem denunciando há muito tempo: que o governo da Frente Ampla, pseudo-progressista, que levou adiante o TPI (Tratado de Proteção a Investimentos), o TIFA, que tentou implantar o TLC e enviou tropas ao Haiti, é um governo pró-imperialista que aprofundou a dependência do imperialismo americano.

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Dadas a essas declarações do Dr. Vázquez, a Assembleia Popular declara:

1) Que as confissões de Dr. Tabaré Vázquez confirmam a estreita aliança que seu governo estabeleceu com o imperialismo norte-americano. Que essas confissões são a mais crua confirmação de que o governo da Frente Ampla deixou pelo caminho e enterrou todas as definições que, historicamente, identificaram a esquerda.

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2) Que a instalação sem consulta da fábrica Botnia, que polui em grande escala, e sua defesa intransigente, foram, em si, atos de agressão extrema contra a Argentina e era lógico que poderiam gerar situações de consequências imprevisíveis. Recorrer ao imperialismo e ao governo mais genocida do nosso tempo para defender não ao Uruguai, mas à Botnia, mostra claramente até que grau de entrega e a que custo podem chegar os oportunistas.

3) Que recusamos toda tentativa de minimizar a gravidade desses eventos, como, por exemplo, alegar que grave é o que nós estamos dizendo. O grave, vergonhoso e desprezível é o que eles fizeram: mendigar o apoio do maior genocida da história, G. Bush, para atacar uma nação irmã da América Latina.

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Essa política de submissão ao imperialismo é a mais brutal negação do artiguismo e das mais ricas tradições da esquerda do nosso país.

Todos sabemos, que, além disso, esse apoio nunca foi e nem é de graça.

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4) Que repudiamos, com toda firmeza, o tom de escárnio e desrespeito com o qual o ex-presidente Vázquez se referiu ao Presidente da República Bolivariana da Venezuela, o comandante Hugo Chávez, e oo povo irmão venezuelano. Parece mentira: tão servil com o império assassino e tão irônico com os lutadores solidários e antiimperialistas.

5) Que a responsabilidade por esse fato grave não é apenas do Dr. Vázquez. É de todos aqueles que acompanharam e acompanham tais políticas.

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A partir de agora, ninguém pode se distanciar destas declarações e, ao mesmo tempo, continuar ocupando posição hierárquica na Frente Ampla ou um cargo de confiança de sua administração. Não se pode, ao mesmo tempo, engrossar as fileiras dos servidores das corporações e do império e fingir ser "oposição crítica".

6) Que convocamos a todos os antiimperialistas a recusar com toda firmeza essas políticas de submissão e entrega. A somar vontades e consciências na reconstrução das forças antiimperialistas e de esquerda de verdade em nosso país. A levantar com orgulho e dignidade as bandeiras que herdamos de nossos mártires e agora defende com todas as forças nossa Assembleia Popular e outros grupos de esquerda coerente.

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Assembleia Popular

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