Enviado ucraniano rejeita ceder território e questiona plano de Lula: "Brasil cederia Amazônia?"
Ruslan Spirin, no entanto, saudou a visita do assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, a Kiev

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O enviado especial do presidente Volodymyr Zelensky para a América Latina, embaixador Ruslan Spirin, rejeitou ceder qualquer território ucraniano à Rússia, sem mencionar diretamente a península da Crimeia, que se juntou a Moscou em 2014. Ele fez uma analogia com um conflito hipotético na Amazônia, e questionou se o Brasil teria interesse em abrir mão da região caso fosse invadido.
Falando à CNN Brasil, Spirin reforçou a posição oficial do governo ucraniano. Kiev se esforça para expulsar as forças russas de todo o território ucraniano, sendo essa a precondição para eventuais negociações de paz.
“Eles (EUA e UE) estão defendendo nosso país. Eles têm direitos, não estão atacando a Rússia. Estão nos defendendo da mesma forma que poderiam defender o Brasil contra qualquer inimigo, se alguém quisesse conquistar o território do Brasil. O que vocês achariam, por exemplo, se a Amazônia fosse ocupada? E surgisse alguém dizendo: por que não deixar assim mesmo? Por que vocês não deixam (o território invadido) para essas pessoas? É para terminar a guerra!”, disse.
>>> "Zelensky deveria agradecer ao presidente Lula", diz José Reinaldo Carvalho
O presidente Lula afirmou que não cabe a ele decidir se a Crimeia faz parte da Rússia ou da Ucrânia, após ter sugerido que Kiev cedesse a península definitivamente para terminar a guerra. O chefe de Estado defende a cessação de hostilidades antes de iniciar conversações de paz, e pretende formar um grupo de países não envolvidos na guerra para medeiar as discussões.
Spirin, no entanto, saudou a visita do assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, a Kiev. O ex-chanceler se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na tentativa de iniciar um processo de paz. E agradeceu ao Brasil pelo apoio humanitário às vítimas da guerra.
“Esta visita é muito importante para nós, para os dois países e para todo o mundo, porque, como um dos líderes mais importantes da América Latina, o Brasil representa uma certa posição dos países que querem alcançar a paz. A propósito, para a Ucrânia restabelecer a paz também é a prioridade número um”, disse. “Estamos extremamente gratos ao povo (brasileiro) porque realmente sentimos que o povo está apoiando a Ucrânia. Já recebemos 14 toneladas de ajuda humanitária, incluindo remédios do Brasil, que nos permitem apoiar os refugiados dentro do nosso país”.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247