Entenda o segundo indiciamento de Trump nos EUA

O ex-presidente norte-americano responderá a 37 acusações relacionadas a sete crimes federais. A reportagem é de Pedro Paiva, correspondente do 247 nos EUA

Donald Trump e um protesto contra o ex-presidente norte-americano
Donald Trump e um protesto contra o ex-presidente norte-americano (Foto: Jonathan Drake-Reuters / Pedro Paiva-247)


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Por Pedro Paiva, correspondente do 247 nos Estados Unidos - “Se metade [das acusações contra Trump] forem verdade, ele está ferrado”. Quem disse isso foi Bill Barr. Longe de ser um adversário, Barr era o Procurador Geral dos Estados Unidos durante o governo Trump, indicado pelo ex-presidente. Ele é mais um, dos vários, que enxerga o novo indiciamento contra Trump como consideravelmente mais grave. No total, o republicano irá responder 37 acusações relacionadas a 7 crimes federais, que vão desde a retenção de documentos confidenciais até tentativa de obstruir a justiça.

A história toda começou logo após a saída de Trump da Casa Branca. Quando levantou voo de um helicóptero presidencial do jardim sul da Casa Branca, no dia da posse de Joe Biden, rumo à Flórida, Trump carregou com ele caixas e mais caixas de documentos. Dentre eles, documentos confidenciais que não eram de sua propriedade, mas propriedade do governo americano. São informações que vão desde planos de ataque até planos de contingência do exército no caso de um ataque inimigo.

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Rapidamente, o Arquivo Nacional dos EUA passou a pedir os documentos de volta. De acordo com a acusação do Departamento de Justiça, que será formalmente apresentada hoje a Trump, o ex-presidente tentou durante meses manter parte dos documentos. Para fazer isso, ele teria mentido para o arquivo nacional, mentido ao responder à uma intimação do FBI e agido em conluio com um assessor para enganar as autoridades com o objetivo de obstruir uma investigação federal.

Trump teria, também, mostrado documentos ultrassecretos a aliados e jornalistas. É impossível não relacionarmos o caso à situação de Snowden, que pode ser deportado para os EUA e enfrentar prisão perpétua também pela divulgação de documentos secretos do governo americano. Condenar Snowden e não condenar Trump seria uma contradição tremenda.

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As acusações são graves. Muito mais graves que aquelas pelas quais ele responderá em Nova York. Esse se trata de um caso federal, muito bem documentado, e diz respeito à segurança nacional, tema sensível para a sua própria base republicana. Ainda assim, de acordo com uma pesquisa realizada pela CBS, 76% dos republicanos se preocupam mais com o fato da investigação ter “motivações políticas”, contra apenas 12% que se dizem mais preocupados com a posse irregular dos documentos em si.

Em frente à Corte Federal de Miami, manifestantes pró e contra Donald Trump começaram a se aglomerar já nas primeiras horas da manhã. Em maior número, os apoiadores de Trump se preparam para uma manifestação marcada para às 14h (15h no horário de Brasília). O policiamento da região está muito menor do que aquele visto em Nova York durante o primeiro indiciamento. Há preocupação de que a situação possa sair do controle.

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Ato contra Donald Trump. Foto: Pedro Paiva-247

 

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Protesto contra Donald Trump. Foto: Pedro Paiva-247

 

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Manifestação contra Donald Trump. Foto: Pedro Paiva-247

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