Embaixadora em Washington destaca que Brasil e EUA terão discordâncias pontuais, mas também convergências

Maria Luiza Viotti ressaltou as diferenças de posições dos governos Lula e Biden no tema da Ucrânia

Joe Biden (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva
Joe Biden (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)


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247 – A embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti, ressalta que é inevitável que o Brasil e os Estados Unidos não concordem em todos os assuntos. Apesar disso, ela destaca que ambos os países possuem uma base sólida de valores compartilhados, como democracia e direitos humanos. Viotti, a primeira mulher a comandar a Embaixada do Brasil em Washington, reconhece que há uma grande convergência nesses aspectos fundamentais.

Em entrevista ao jornalista Thiago Amâncio, da Folha, a diplomata reconhece que pode haver frustração diante das posições divergentes do Brasil, como em relação à Guerra da Ucrânia e à China. No entanto, ela afirma que o Brasil mantém uma posição de neutralidade na ordem global atual. Viotti destaca que é natural que existam diferenças em certas questões e ressalta a importância do diálogo contínuo entre Brasil e EUA para esclarecer as razões por trás de suas respectivas posições. "O Brasil condenou a invasão russa, como não poderia deixar de ser. Mas, ao mesmo tempo, fizemos um apelo à paz. E o presidente Lula tem insistido muito nessa ideia de negociações. Nós, brasileiros, confiamos muito no diálogo, na solução pacífica dos conflitos", disse ela. "Isso causou, de fato, alguma insatisfação aqui, porque neste momento os EUA estão muito envolvidos no apoio à Ucrânia. O que é importante é que haja sempre um diálogo entre Brasil e EUA para que possam ser esclarecidas as razões de cada lado sobre as suas posições", acrescentou.

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Maria Luiza Viotti(Photo: UN Photo/Paulo Filgueiras)UN Photo/Paulo Filgueiras

Durante a visita do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, aos Estados Unidos, o governo de Joe Biden manifestou confiança na democracia brasileira e rejeitou qualquer tipo de interrupção antidemocrática. No entanto, houve divergências em relação às declarações de Lula que não estavam alinhadas com as posições dos EUA, especialmente sobre a Guerra da Ucrânia e a China. Apesar disso, Viotti destaca que a relação entre os dois países é fundamentada em amizade e confiança, algo que foi evidenciado durante a visita do presidente brasileiro.

A embaixadora também aborda a atuação dos EUA durante as eleições brasileiras, ressaltando que os episódios ocorridos no Brasil, como a invasão das sedes dos Três Poderes, têm semelhanças com o ataque ao Capitólio nos Estados Unidos. Ela destaca que tanto o Brasil quanto os EUA estão preocupados com o fortalecimento da democracia e das instituições, e que a cooperação para o fortalecimento desses aspectos continuará sendo uma prioridade na agenda bilateral.

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Viotti reconhece que o Brasil adotou uma posição de neutralidade em relação a países como China e Rússia, buscando um equilíbrio. Ela destaca que o diálogo e a solução pacífica dos conflitos são valores em que os brasileiros confiam. A embaixadora também comenta sobre a importância de observar o processo eleitoral nos Estados Unidos, pois as relações entre Brasil e EUA continuarão sendo baseadas em relações de Estado a Estado, independentemente da orientação do presidente.

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