"É moda os membros do Conselho de Segurança da ONU invadirem os outros", critica Lula

Presidente brasileiro voltou a defender uma reforma no sistema de governança global: "a geopolítica que formatou a ONU em 1945 não existe mais"

Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou mais vez preocupação em relação às intervenções militares de países do Conselho de Segurança da ONU sem autorização, caracterizando essa prática como uma tendência preocupante. Durante coletiva de imprensa após sua visita à Itália, Lula mencionou a invasão estadunidense ao Iraque e o conflito liderado pelo presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia. Ele enfatizou a necessidade de ambos os lados cederem para encerrar o prolongado conflito de 16 meses no Leste Europeu, ressaltando que uma solução pacífica não deveria ser interpretada como uma rendição.

O presidente brasileiro reiterou sua defesa por uma reforma no sistema de governança global e propôs a criação de um "clube da paz" composto por nações neutras, com o objetivo de negociar uma resolução para o conflito. Segundo Lula, os estadunidenses e europeus estão excessivamente envolvidos e é crucial que outras vozes sejam ouvidas.

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"É uma moda os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU invadirem os outros. A geopolítica que formatou a ONU em 1945 não existe mais. O mundo mudou, as pessoas mudaram", declarou Lula.

Lula enfatizou que ambos os lados do conflito acreditam estar à frente na guerra na Ucrânia, mas ressaltou que vidas estão sendo perdidas e que é ilusório acreditar que essa luta pode se prolongar indefinidamente. Ele argumentou que o conflito já durou tempo demais e que ambas as partes precisam levar isso em consideração.

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O presidente também revelou que seu assessor, o ex-chanceler Celso Amorim, teve uma reunião com representantes do Vaticano para discutir seus planos de criar um clube de paz, com o intuito de buscar uma saída negociada para o conflito. Convencer o presidente Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que encerrar a guerra é a melhor opção é o principal desafio, segundo Lula.

"Ninguém mais deseja uma nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China. Ninguém mais quer a guerra. Tive várias conversas sobre o tema e concordo com o Papa Francisco. Precisamos de pessoas debatendo a paz", afirmou o presidente, ressaltando a injustiça de gastar bilhões de dólares com a guerra enquanto há uma grande fome no mundo.

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