Dilma quer derrubar barreiras comerciais da Europa
Presidente pretende provar para os membros da Unio Europeia que parceria com o Brasil pode ser um dos motores para a retomada do crescimento no Velho Continente
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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Passadas as homenagens da Bélgica à mulher que encantou o mundo na Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos, chegou a hora de Dilma Rousseff mostrar à União Europeia o verdadeiro motivo de sua viagem. Presente na 5ª Cúpula UE-Brasil, a presidente tem a difícil missão de conquistar a quebra de barreiras comerciais impostas por alguns países da Europa, em especial pela França. A nação de Nicolas Sarkozy teme, entre outras coisas, a competição da carne produzida na América do Sul.
No primeiro semestre desse ano, o comércio entre o Brasil e a UE bateu seu recorde com 35,4 bilhões de euros, quando o país importou produtos por 16,9 bilhões de euros do bloco europeu, principalmente bens manufaturados, e exportou 18,5 bilhões, principalmente matérias-primas. Apesar dos bons índices, o Brasil representa apenas 2% do comércio exterior da UE, o que o torna o nono parceiro mais importante no mundo.
Parte desse fraco desempenho se deve a muitas portas que continuam fechadas para o Brasil por medo da concorrência, como no setor de serviços e na indústria manufatureira. Além disso, a discussão retomada em 2010 sobre o livre comércio entre a UE e o Mercosul ainda não saiu do papel. Frente aos 27 membros da União Europeia, Dilma pretende mostrar que, mais do que o dinheiro que os emergentes podem dar as nações em crise, a parceria com o Brasil pode ser um dos motores para a retomada do crescimento na Europa. A comitiva brasileira deseja sair da Bélgica com acordos firmados nas áreas de transporte aéreo, políticas espaciais, ciência tecnologia e inovação, cultura e turismo. Além disso, quer negociar o intercâmbio de estudantes brasileiros em universidades do país, pelo programa Ciência Sem Fronteira.
A presidente do Brasil vai aproveitar o espaço para tratar igualmente de temas políticos, como o reconhecimento do Estado Palestino, e ambientais, como a reunião Rio+20, prevista para junho de 2012.
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