Contra violência sexual, indianas fazem "boicote às compras"

O comrcio a espinha dorsal de Gurgaon, afirmou Richa Dubey, uma das idealizadoras do protesto, sobre uma das cidades mais ricas da ndia

Contra violência sexual, indianas fazem "boicote às compras"
Contra violência sexual, indianas fazem "boicote às compras" (Foto: Divulgação)


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Thassio Borges _Opera Mundi - Revoltadas com o aumento dos casos de estupro, um grupo de mulheres da cidade indiana de Gurgaon, a 20 quilômetros da capital, Nova Délhi, decidiu protestar com os próprios bolsos. Entre 13 e 15 de abril, elas não irão frequentar as lojas, cabeleireiros, restaurantes, shoppings e táxis da cidade, uma das mais ricas do país.

“Haverá força em nossas reivindicações, se a ameaça de fecharmos nossas carteiras se tornar real”, afirmou Richa Dubey, consultora de comunicações que encabeça o protesto. Dubey, que atua em uma organização para a prevenção da AIDS, disse ainda que espera que esse protesto faça com que empresas privadas pressionem as autoridades a fazer mais pela segurança das mulheres. “O comércio é a espinha dorsal de Gurgaon”, concluiu.

O estopim para o protesto foi o caso de uma mulher de 23 anos raptada e estuprada por um grupo de seis homens no último dia 11 de março. Na ocasião, a mulher saiu do bar onde trabalha por volta das 2h30 e pegou um táxi com o irmão, de 17 anos.

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Depois de andar poucos metros, o táxi foi fechado por um veículo com seis homens. Eles então obrigaram a mulher a entrar num carro e a levaram para um local ainda desconhecido. Lá, a estupraram diversas vezes. A indiana foi deixada em uma estação de metrô em Nova Délhi.

A polícia de Gurgaon, no entanto, questionou a veracidade do caso. O comissário chefe da cidade, K.K.Sindhu, afirmou de início que o caso era “peculiar”. Exames feitos posteriormente, no entanto, confirmaram que a mulher foi mesmo violentada. Até mesmo o bar na qual a mulher trabalhava negou conhecer a vítima.

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Como forma de “prevenir” que casos semelhantes ocorressem, as autoridades da cidade chegaram a pedir que os estabelecimentos comerciais não “segurassem suas funcionárias” no trabalho após as 20h. As exceções só seriam permitidas caso os estabelecimentos requisitassem uma autorização especial.

A posição adotada pelas autoridades de Gurgeon diante do crime chocou grupos de defesa dos direitos das mulheres na cidade. Muitos consideraram as ações do governo “ineficientes e irreais”.

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Além de fechar as carteiras para o comércio local, as mulheres farão um protesto na noite da próxima sexta-feira (06/04) com diversas organizações não-governamentais. O objetivo é mostrar às pessoas as diversas atrocidades que estão sendo cometidas contras as mulheres da cidade.

Outros casos reforçaram a revolta das mulheres. Em fevereiro, uma garota de 17 anos foi estuprada por cinco vizinhos em um carro em Noida, também próximo à capital.

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Em janeiro, uma mulher de 20 anos também foi estuprada, desta vez em Dwarka, por um homem que lhe ofereceu carona. A polícia de nova Délhi informou todos os dias ao menos uma mulher foi estuprada na cidade em 2011. O cenário representa um aumento de 12% em relação ao número de casos registrados na mesma cidade no ano anterior.

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