Com 735 milhões de pessoas passando fome, ONU diz que mundo está "fora do caminho" para meta de 2030

Cerca de 122 milhões de pessoas a mais passaram fome em 2022 do que em 2019

Residentes de uma comunidade no Rio de Janeiro recebem comida de voluntários em 2021
Residentes de uma comunidade no Rio de Janeiro recebem comida de voluntários em 2021 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)


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(Reuters) - Cerca de 735 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentaram fome crônica em 2022, um número muito maior do que antes da pandemia de Covid-19 e que ameaça o progresso em direção a uma meta global de acabar com a fome até 2030, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

Uma tendência de aumento de vários anos nas taxas de fome se estabilizou no ano passado, à medida em que muitos países se recuperam economicamente da pandemia, mas a guerra na Ucrânia e sua pressão sobre os preços de alimentos e energia afetaram alguns desses ganhos, disse a ONU em seu relatório anual de Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo.

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O resultado é que cerca de 122 milhões de pessoas a mais passaram fome em 2022 do que em 2019 e o mundo está "muito longe" de cumprir a Meta de Desenvolvimento Sustentável da ONU de acabar com a fome até 2030, afirma o relatório. Em vez disso, a avaliação projeta que 600 milhões de pessoas estarão subnutridas em 2030.

"Estamos vendo que a fome está se estabilizando em um nível alto, o que é uma má notícia", disse Maximo Torero Cullen, economista-chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em entrevista à Reuters.

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Os principais impulsionadores da fome global nos últimos anos foram a interrupção dos meios de subsistência causada por conflitos, os extremos climáticos que ameaçam a produção agrícola e as dificuldades econômicas exacerbadas pela pandemia, disse o relatório.

Algumas partes do mundo viram a fome diminuir, incluindo a América do Sul e a maioria das regiões da Ásia. Mas no Caribe, na Ásia Ocidental e na África, a fome está aumentando.

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Para mudar a tendência, os países devem combinar a ajuda humanitária com o fortalecimento das cadeias locais de abastecimento de alimentos, disse Kevin Mugenya, diretor de sistemas alimentares do Mercy Corps, um grupo de ajuda internacional, em entrevista à Reuters.

"Os países precisam ter soluções localizadas", disse ele.

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O relatório foi compilado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola da ONU, pelo Fundo para Crianças, Organização Mundial da Saúde (OMS), Programa Alimentar Mundial e FAO.

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