Cinco questões do despejo da água de Fukushima que o Japão precisa esclarecer

Há 12 anos, o acidente nuclear de Fukushima já causou imensos desastres ao mundo. Agora, o Japão está colocando em risco os interesses comuns da humanidade

(Foto: CMG)


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Rádio Internacional da China - Uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deu início nessa segunda-feira (29) a uma visita de cinco dias ao Japão. De acordo com a imprensa japonesa, esta é a última revisão de segurança realizada pela agência antes de publicar o relatório final de avaliação do projeto de descarga de água contaminada por radioatividade em Fukushima. 

Durante a visita, especialistas de 11 países se reunirão com representantes do governo japonês e da Tokyo Electric Power Company (TEPCO) e farão inspeção das instalações de descarga. O relatório será publicado em junho. 

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A AIEA é uma agência internacionalmente reconhecida como núcleo para supervisionar as obrigações e os compromissos de não proliferação nuclear de todos os países. O diretor-geral da agência, Rafael Grossi, deixou claro, durante recente visita à China, que a agência não endossará a descarga de água contaminada por radioatividade de qualquer país e não concordará com atividades que violem as normas de segurança internacional. Diante da forte oposição global sobre o despejo, o Japão deve explicar claramente cinco questões e responder às preocupações da comunidade internacional. 

Primeiro, a descarga de água contaminada é a única solução para o tratamento dos resíduos nucleares de Fukushima? Na verdade, o governo japonês propôs cinco opções. O Comitê de Especialistas do governo revelou que, em comparação com outras opções, a descarga no oceano é o método mais barato. Esta abordagem é extremamente egoísta e irresponsável.

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Segundo, os dados da TEPCO sobre a água contaminada por radioatividade são confiáveis? Desde o acidente nuclear em 2011, a empresa foi repetidamente acusada de adulterar dados e ocultar incidentes, incluindo um período em que não revelou vazamentos de água contaminada altamente concentrada no oceano. Durante uma recente reunião informativa sobre o plano de descarga, realizada em Fukushima, quando questionados se o governo japonês e a TEPCO têm medidas para lidar com o impacto do despejo, a resposta foi "não há contramedidas específicas". O governo japonês está avançando com a liberação dos resíduos no oceano sem obter o consentimento dos cidadãos, violando suas promessas. 

Terceiro, o "sistema de purificação" da água contaminada por radioatividade é realmente eficaz? O ex-vice-premiê do Japão Taro Aso afirmou que a água, após passar pelo sistema de purificação de múltiplos núcleos (ALPS), "pode ser bebida". No entanto, em 2021, a TEPCO abriu uma consulta pública para buscar tecnologias que pudessem filtrar o isótopo "trítio" da água contaminada por radioatividade. Além disso, várias pesquisas indicam que a água contaminada em Fukushima contém pelo menos mais de 60 tipos de radioisótopos em concentrações significativas, o que não pode ser completamente filtrado ou decomposto por meio de tecnologia atual. 

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Quarto, até hoje, o lado japonês não forneceu uma avaliação científica sobre o impacto da descarga no meio ambiente. A região costeira de Fukushima tem uma das correntes oceânicas mais fortes do mundo, o que significa que, 10 anos após a descarga da água contaminada, os radioisótopos relacionados se espalharão por todo o oceano globalmente, causando danos incalculáveis ao ecossistema marinho mundial e à saúde das pessoas. 

Por fim, por que o lado japonês não realizou consultas adequadas aos países vizinhos e a outras partes interessadas sobre o plano de descarga de água contaminada? O Japão tem ignorado completamente a autoridade das instituições internacionais e as preocupações de nações vizinhas, persistindo na posição de forçar a implementação do plano de descarga no oceano.

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Há 12 anos, o acidente nuclear de Fukushima já causou imensos desastres ao mundo. Agora, o Japão está colocando em risco os interesses comuns da humanidade em troca de benefícios de curto prazo. Essa ação deve ser firmemente resistida. 

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