China pede que Otan pare com "tentativa perigosa" de desestabilizar Europa e Ásia-Pacífico
Chancelaria chinesa reagiu ao comunicado da Otan aprovado na cúpula de Vilnius
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Xinhua - A China pediu nesta quarta-feira (12), que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pare imediatamente de difamar e mentir sobre o país, interrompa a perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e pare de encontrar pretextos para sua expansão contínua.
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, fez as observações em resposta a um comunicado emitido durante a Cúpula da Otan em Vilnius, que afirmou que as políticas da China representam "desafios sistêmicos à segurança euro-atlântica".
"O que foi dito no comunicado da Otan é o completo oposto da verdade e o produto da mentalidade da Guerra Fria e do viés ideológico. A China se opõe fortemente a isso", exaltou Wang.
"A China tem o melhor histórico de paz e segurança. Nunca invadimos nenhum país nem nos envolvemos em nenhuma guerra por procuração. Nunca conduzimos operações militares globais, ameaçamos outros países com força, exportamos ideologia nem interferimos nos assuntos internos de outros países. Não criamos nem participamos de grupos militares e nos opomos ao uso da força ou à ameaça da força nas relações internacionais. Como a China poderia representar 'desafios sistêmicos' para a Otan", questionou Wang.
O país é uma força para a paz mundial, uma contribuinte para o desenvolvimento global, uma defensora da ordem internacional e uma fonte de bem público. A China está comprometida com o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu núcleo, com a ordem internacional sustentada pelo direito internacional e com as normas básicas que regem as relações internacionais decorrentes dos propósitos e princípios da Carta da ONU, garantiu ele.
O oficial acrescentou que, mais de 30 anos após o fim da Guerra Fria, seu legado, a Otan, permanece preso em uma mentalidade de soma zero e vê o mundo como blocos opostos. Apesar do apelo da comunidade global pela paz, pelo desenvolvimento e pelo progresso comum, a organização militar continua a agir contra a tendência predominante e a procurar inverter a roda da história.
"O mundo não aceitará isso", alertou.
A Otan afirma ser uma organização regional. Então por que está indo além do escopo geográfico estabelecido em seu tratado, fazendo sua incursão na Ásia-Pacífico em um ritmo mais rápido e buscando se tornar uma "Otan Global"? - questionou Wang.
A organização afirma ser uma aliança defensiva. Então por que está incentivando os países membros a aumentarem o orçamento militar? Por que continua ultrapassando os limites e expandindo o mandato, além de estimular o confronto na Ásia-Pacífico?
Wang acentuou que a Otan afirma defender uma "ordem internacional baseada em regras", mas tem ignorado a lei internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais e interferido nos assuntos internos de outros países. A organização tem participado de várias guerras e atuado como alarmista em questões de segurança, como se o mundo precisasse de mais instabilidade. A entidade vem formando blocos exclusivos e promovendo políticas de grupo para intensificar o confronto ideológico e de blocos.
Wang salientou que a prosperidade e a estabilidade que a região Ásia-Pacífico desfruta há muito tempo dependem do respeito mútuo, da cooperação aberta, do benefício recíproco e da capacidade de resolver adequadamente as diferenças entre os países locais. A incursão da Otan na Ásia-Pacífico apenas aumentará a tensão e levará a um confronto entre blocos e até mesmo a uma "nova Guerra Fria" na região.
"Os países da Ásia-Pacífico não aceitam e muitos países da OTAN não aprovam isso. A região não precisa de uma 'versão Ásia-Pacífico da Otan", ressaltou Wang.
"Pedimos à Otan que pare imediatamente de difamar e mentir sobre a China. A organização deve abandonar a mentalidade ultrapassada da Guerra Fria e a mentalidade de soma zero, renunciar sua fé cega no poderio militar e na prática equivocada de buscar segurança absoluta, pôr fim à perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e deixar de encontrar pretextos para a sua expansão contínua. Pedimos que a Otan desempenhe um papel construtivo para a paz e a estabilidade mundiais", sublinhou.
Em resposta ao comunicado alegando que a China não tem "transparência" no arsenal nuclear, Wang comentou que a Otan, como aliança militar, é conhecida por ter o maior e mais poderoso arsenal nuclear do mundo e, ainda assim, acusa irresponsavelmente a China de representar ameaças nucleares e faz isso por meio de uma diplomacia de megafone.
"Isso é simplesmente errado e hipócrita. A China está seriamente preocupada e se opõe fortemente a isso", exclamou Wang.
Ele lembrou que o país sempre foi extremamente prudente e responsável em relação às questões de armas nucleares. A China está comprometida com uma estratégia nuclear defensiva e mantém as capacidades nucleares no nível mínimo exigido pela segurança nacional.
"Nunca tivemos a intenção de nos envolver em uma corrida armamentista nuclear. A China segue uma política de "não usar primeiro" armas nucleares em nenhum momento e sob nenhuma circunstância. O país se comprometeu incondicionalmente a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares e zonas livres de armas nucleares. A China é o único Estado com armas nucleares que adotou tal política. Algum estado-membro da Otan assumiria esse compromisso?" Indagou Wang.
Ele alertou que a comunidade internacional tem mais motivos para se preocupar com o acordo de compartilhamento nuclear da Otan, por meio do qual a organização mantém o maior arsenal nuclear do mundo.
Certos estados-membros estão acelerando a modernização de seu poder nuclear, fortalecendo a chamada "dissuasão estendida" e aumentando o risco de proliferação e conflito nuclear. Se os membros da Otan estiverem realmente interessados em reduzir o risco estratégico e proteger a estabilidade estratégica, eles devem diminuir o papel das armas nucleares nas políticas de segurança nacional e coletiva, promover a estabilidade estratégica com ações concretas e defender a paz e a segurança internacional e regional, explicou Wang.
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