China pode assumir dívida da Argentina com o FMI em meio a negociações de novo acordo

Portal 'Euro Es Euro' aponta que Pequim pretende absorver o empréstimo, caso Argentina possa pagar FMI com recursos de trocas cambiais

O presidente chinês, Xi Jinping, durante a Cúpula entre China e países da Ásia Central, maio de 2023
O presidente chinês, Xi Jinping, durante a Cúpula entre China e países da Ásia Central, maio de 2023 (Foto: CMG)


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Opera Mundi - O representante da China perante o Fundo Monetário Internacional (FMI), Zhengxim Zhang, informou o órgão financeiro que caso um novo acordo não seja feito com a Argentina, Pequim pode assumir a dívida contraída por Buenos Aires durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019). A informação é do portal Euro Es Euro.

A matéria interpreta a declaração do funcionário chinês como uma "provocação", uma vez que "afasta o FMI do papel de credor", permitindo que a China assuma a dívida com recursos de trocas cambiais feitas entre os dois países.

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Para o jornal, Zhang "jogou forte a favor da Argentina" ao enviar uma nota interna ao conselho do FMI anunciando que caso o Fundo "continue atrasando a aprovação do acordo, a China autorizará Buenos Aires a usar a segunda parte de sua troca cambial para pagamento da dívida".

O representante faz referência ao acordo aberto durante a viagem de uma equipe econômica do governo argentino nesta terça-feira (11/07) a Washington, nos Estados Unidos.

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A delegação sul-americana foi em busca de fechar uma negociação com o FMI que contemple as dificuldades da Argentina em cumprir os prazos estipulados pela organização.

Segundo o jornal russo RT en español, o governo do presidente Alberto Fernández pretende reformular o cronograma de vencimentos da dívida.

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Trocas cambiais entre Argentina e China

De acordo com o Euro Es Euro, Argentina e China fizeram procedimentos de "swap cambial", ou seja, trocas entre moedas (pesos argentinos e yuan, respectivamente) para que o mercado de câmbio não apresente movimentos disfuncionais, como a desvalorização de alguma moeda.

A última troca foi renovada pelo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa e o presidente do Banco Central (BC) do país, Miguel Ángel Pesce, em sua última viagem a Pequim, no início de junho.

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Os dois países possuem um swap cambial de 130 bilhões de yuans, o equivalente a US$ 19 bilhões, valor que representa 60% das reservas brutas do BC da Argentina.

Entre as possibilidades financeiras que o governo argentino pode realizar com parte desta reserva (cerca de US$ 5 bilhões) estão o financiamento de importações da China e o pagamento da dívida com o FMI.

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Desta forma, a Argentina quitou parte da conta em 30 de junho com esta reserva em yuan.

O portal destaca ainda que esse valor pode ser renovado para mais US$ 5 bilhões, totalizando US$ 10 bilhões para importações ou o pagamento do FMI.

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Assim, caso o órgão de empréstimos internacional não aprove um novo calendário para o pagamento da dívida argentina, a China pode autorizar o uso dos demais US$ 9 bilhões resultantes de suas trocas para a solução da cobrança.

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